Aluno 55
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Lembro que tinha uns seis ou sete anos quando fui viajar de carro para a praia minha mãe pegou a direção e meu pai sentou no banco de trás ao meu lado e me perguntou “Está pronta? ” e eu animada respondi que estava. Então, em seguida ele abriu um livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, e leu em voz alta para que eu escutasse.
Para mim, essa foi a primeira experiência com leitura que tive. Lembro que a cada palavra que meu pai lia era como se ele estivesse criando um novo mundo em minha mente e foi assim que comecei a criar um gosto enorme pela leitura.
Mais ou menos aos doze anos eu li Coração de Tinta da Cornelia Funke, um livro de 455 páginas, que era ao meu ver o maior livro do mundo, mas que foi bom o suficiente para prender minha atenção por todas as páginas. O que me marcou nele foi que ele se trata de uma guria que quando lia livros em voz alta dava vida às palavras, e coisas e seres. Eu achava o fato da guria fazer aquilo simplesmente maravilhoso, mas eu me contentava em ler e dar vida à tudo que lia no meu cérebro.
A minha primeira experiência com Harry Potter e a Pedra Filosofal lida pelo meu pai pode-se relacionar ao texto de Rottava (2000) em que ela diz que “ ..., a família também não deve deixar somente para a escola o papel de despertar, incentivar e motivar a leitura. ” (ROTTAVA, 2000, p. 13). Meu pai poderia simplesmente ter sentado ao lado da minha mãe no banco da frente, como muitas vezes ele fez, mas ele com o objetivo de proporcionar a mim o gosto pela leitura, sentou ao meu lado e leu. Imagino que se não fosse por esse ato dele, talvez, minha paixão por ler nunca tivesse sido despertada.
A segunda experiência de leitura que me marcou bastante pode ser vista como “...utilizar-se da linguagem para determinado objetivo, ...” (ROTTAVA, 2000, p. 14). O meu objetivo principal ao ler Coração de Tinta pode ter sido pelo prazer, porém esse livro também me proporcionou um dos critérios que são levados em conta para escolha de uma leitura relatados por Rottava (2000): “Poderia oferecer a oportunidade para promover o conhecimento (seu foco seria potencial de conhecimento, não meramente na língua). ” (ROTTAVA, 2000, p. 15).
Além dessas duas leituras marcantes, tentei ler aos 14 anos o livro 1984 do George Orwell, um livro de leitura não muito complicada, mas nem muito fácil. Contudo, para mim com poucos anos de vida ler esse livro foi muito complicado, faltava um conhecimento prévio em minha mente, sendo “A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. ” (BRITTO, 2012, p. 13). Então, para a compreensão completa desse livro para mim só foi realizada aos 15 anos, após a ajuda de um professor de filosofia. Ressaltando, assim, também o papel do professor para a ajuda da compreensão da leitura.
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