A sua narrativa é gostosa de se ler, pois é simples sem deixar de ser suficientemente detalhada nos momentos oportunos e pertinentes. Você, em outras palavras, se atém aos detalhes evidentemente mais importantes, sem usar forçosamente de floreios e rebuscamentos artificialmente pensados ao descrever as cenas e as ações. Outro ponto forte seu, que é imediatamente percebido mesmo pelo leitor leigo, é a impecabilidade gramatical com que você constrói seu texto.
Algo a que você deve estar bastante atenta, no entanto, é a parte de seu memorial que se ocupa dos conceitos teóricos de leitura. Se fizéssemos uma análise meramente quantitativa dos referenciais trazidos ao texto, deparar-nos-íamos com um embasamento teórico bastante curto: uma referência apenas. Mesmo sabendo, todavia, que o número de conceitos teóricos apresentados pela autora não é determinante para se compor um bom texto, é importante lembrar que a proposta textual em questão pedia que se trabalhassem um ou mais conceitos de leitura, articulando-os com as concepções pessoais do autor, e que, portanto, é pouco provável que um excerto sozinho dê conta disso.
Assim, aponta-se também para o modo como o único excerto sobre leitura, de Rottava (1998), está inserido em seu texto: há apenas a sua mera inclusão em meio aos parágrafos, sem qualquer vestígios de articulação dele com as ideias periféricas. Note como ele se encontra isolado e tímido em face à predominância da narração das memórias da autora. A ideia da proposta 4, no entanto, é a de se elaborar um memorial que seja tão teórico quanto narrativo e pessoal.
Recomenda-se fortemente, portanto, que você parta desses apontamentos para reescrever o seu memorial, reforçando a parte teórica com um tratamento menos breve e mais aprofundado das teorias trabalhadas em aula.
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