quarta-feira, 26 de julho de 2017

Evolução de leitura - 2ª versão

Reescrita
Aluno 176

Ao longo de nossa trajetória, somos expostos a diversas situações de leitura. Desde muito cedo, a curiosidade nos leva querer compreender o que letras unidas em uma palavra estão nos dizendo. Nossos pais começam a explicação que é continuada na escola, aprendemos gradualmente a entender as palavras que anteriormente eram enigmáticas.
Minha experiência como leitora, sempre se limitou à escola, no sentido das leituras que me eram impostas nesse ambiente, e nos livros que abordavam temáticas em que me identificava. Com isso, sempre tive uma leitura que considerava apenas aspectos da minha própria realidade e que interessavam apenas a mim, sem uma visão mais ampla do que o que eu lia poderia estar apresentando além da história contada.
A autora Rottava (2000) em seu texto, apresenta as deficiências que a escola ainda tem no ensinar a ler, pois acaba, nas palavras da mesma, apenas treinando os alunos, quando deveria estar ensinando a cultivar e exercer o hábito da leitura.
Assim, faltava muito em mim ainda uma reflexão sobre o saber, como apresenta Kleiman (1995) no seu livro Texto e Leitor – Aspectos cognitivos da leitura
Refletir sobre o conhecimento e controlar os nossos processos cognitivos são passos certos no caminho que leva à formação de um leitor que percebe as relações, e que forma relações com um contexto maior, que descobre e infere informações e significados mediante estratégias cada vez mais flexíveis e originais.
Dessa forma, ao ingressar na faculdade, eu tinha uma percepção de leitura muito básica, faltava muito para saber ler refletindo sobre os processos cognitivos. As atividades acadêmicas começaram a exigir isso de mim, então com base no que os professores iam apontando, e nos autores com textos críticos em relação a obras, ou mesmo outros textos, precisei aprimorar a maneira como eu lia. Kleiman (1995) ainda acrescenta
A compreensão de texto parece amiúde uma tarefa difícil, porque o próprio objeto a ser compreendido é complexo, ou, alternativamente, porque não conseguimos relacionar o objeto a um todo maior que o torne coerente, ou, ainda, porque o objeto parece indistinto, com tantas e variadas dimensões que não sabemos por onde começar a apreendê-lo.
Essa tarefa, entretanto, é trabalhosa e exige bastante esforço, muita leitura e compreensão do que está ao redor, fatores históricos, políticos, contextuais, são conhecimentos que agregam ao se ler de forma a saber e entender um texto, sendo capaz, assim, de ter uma visão crítica acerca do mesmo. Rottava (2012) em seu artigo sobre leitura em contexto acadêmico, considerando principalmente estudantes do primeiro semestre do curso de Letras, situação na qual estou, apresenta
[...] os alunos no início do curso de graduação precisam de amadurecimento teórico para compreender e para perceber a complexidade dos conceitos, e para fazer analogias e perceber a intertextualidade que perpassa os textos. Essa característica intertextual também diz respeito ao contexto situacional e cultural em que os textos ecoam outros textos similares, outros propósitos, outros interlocutores.
Expõe anteriormente ainda
Um segundo aspecto verificado diz respeito ao fato de as práticas de leitura se revelarem variáveis de acordo com a comunidade na qual o leitor está inserido. Para alunos em início de curso, a comunidade acadêmica é ainda algo novo e, portanto, tal leitura situada constitui-se uma nova realidade e adaptar-se nessa nova comunidade discursiva vai lhes demandar conhecimento do assunto e de escolhas lexicais características de uma determinada área. A necessidade de tal inserção indicou que a construção de sentidos em leitura é um processo situado.
À vista disso, o ambiente ou comunidade em que estou inserida, está aos poucos e gradativamente moldando a maneira como leio, minha percepção de leitura e minha vida como leitora. Tenho percebido uma grande evolução, principalmente pelas leituras que tenho feito e os textos em geral que tenho escrito visando as disciplinas da universidade. Troquei, por exemplo, leituras mais simples, que tem o objetivo apenas de entreter, por José de Alencar e passei analisar a obra como um todo (estrutura, linguagem, período histórico...); na literatura como fatores de extrema importância, observando na linguagem do autor qual era seu objetivo em escrever. Além da complexidade das obras, passei a ser mais cuidadosa com a subjetividade de minhas ideias, buscando nas qualidades discursivas, unidade temática, concretude, objetividade e questionamento ser bem compreendida sem deixar margem a outras interpretações do que escrevo sem ser o que realmente pretendo informar.
Ainda enfrento grandes dificuldades em expor uma visão mais crítica, contudo, comparando a maneira como eu costuma ler, enxergar e compreender a leitura, o progresso é explícito e está sendo cada vez mais enriquecido.




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