quarta-feira, 26 de julho de 2017

A leitura abre portas.

Aluno 143
Reescrita


A maioria das pessoas tem o contato com a leitura muito cedo, no que facilita em muitos aspectos no futuro, como na aprendizagem, na interpretação e auxilia na criatividade e imaginação. E eu fui uma dessas pessoas que desde cedo gostava de ler e imaginar cada cena escrita num dos meus gibis favoritos, que tem pelo nome “Turma da Mônica”, que para mim ia além de simples quadrinhos desenhados, e sim era o começo de uma grande aventura que começava em cima da minha cama, e ia até o bairro do Limoeiro.
Turma da Mônica. Lembro que era o que mais gostava de ler, além de me possibilitar entrar naquele vasto mundo de criatividades e brincadeiras, conseguia obter muitos ensinamentos que aqueles simples gibis de folhas dobradas me trazia. Todos os dias eu acordava cedo, sempre dava de cara com as pilhas de gibis que minha mãe insistia em comprar para mim, algo que eu gostava muito, meu pai trabalhava fora, mas sempre me incentiva a ler, não importasse o que era. Eu bem gostava, pois minha aventura já começava ali, vendo que ao meu redor muitos eram os incentivos, fazendo com que minha vontade de ler se fizesse mais presente. Meu processo de leitura aconteceu bem antes da escola, por isso concordo com a autora Rottava ( 2000, página.3) que diz o seguinte: “...família também não deve deixar somente para a escola o papel de despertar, incentivar e motivar a leitura, grande parte dessa responsabilidade é também dos pais, que devem proporcionar aos filhos o acesso às publicações e incentivá-los á leitura”.
Lembro então que uma leitura não bastava, eu lia diversas vezes o mesmo gibi, por muitas vezes precisava de uma plateia, que geralmente era minha mãe que até decorava as falas dos personagens. Com tudo isso ficava claro em minha mente a importância da leitura, pois ela fazia a interação, a comunicação e despertava curiosidade pelos fatos que estavam por vir.
E muitas descobertas, eu ia fazendo com as leituras, o gosto de ler, de saber novas palavras para usar nos lugares ou até mesmo em casa, pois muitas delas, por mais que estavam em um gibi, eu aprendi. Além que a leitura foi me abrindo mais portas, descobrindo a força que as palavras e frases possuíam. Percebendo também a importância da amizade, do companheirismo, e obediência, tudo isso aquelas simples histórias iam se tornando ensinamentos que eu coloquei em pratica ao longo da minha infância. Como eu era muito novo, eu gostava de imitar alguns personagens também, e
apreendi muito com eles, sobre a gula, a importância de tomar banho e de não irritar as meninas.
Então minha mãe via esses resultados e as pilhas de gibis novos iam aumentando, com isso eu facilmente conseguia ler o que estava escrito e entender que o Cebolinha realmente falava errado e não era eu quem estava lendo diferente. Era isso que eu achava mais interessante, a possibilidade de entender através de uma leitura como é tal personagem, suas qualidades e defeitos. O que tudo isso fazia começar a descobrir na leitura a interação entre autor e leitor. Além do mais essa é a construção de sentimentos, como explica Rottava (2000, página.4):
“Portanto ler acima de tudo esta ligada á construção de sentindo. mas o que é sentindo? sentido é algo que é construído no processo de interação verbal entre interagentes (reais ou virtuais) e em decorrência de uma situação de uma mensagem, cujas intenções de significados são próprias desses interlocutores”.

A escolha por gostar tanto de ler esses gibis aumentou cada dia na minha infância, pois me recordo que eu buscava além das leituras, saber quem era o autor e quem era os personagens, porque queria saber mais da historia que me envolvia tanto e que me levava dar boas gargalhadas. Acredito que foi de grande importância, pois isso enriqueceu minha leitura, me deixou mais empenhado em ler, após eu poder me identificar com os personagens e saber de fato quem era a turma da Mônica. Como diz Kleiman (1995, página.13):
“...O mero passar de olhos pela linha não é leitura, pois leitura implica uma atividade de procurar por parte de leitor, no seu passado, de lembranças e conhecimentos, daqueles que são relevantes para a compreensão de um texto que fornece pistas e sugere caminhos, mas que certamente não explicita tudo o que seria possível explicitar”.

Comecei então adquirir muito conhecimento, pois em cada pesquisa que eu fazia eu aumentava minha sabedoria, e nisso os gibis foram grandes influenciadores, pois através deles que me interessei de ir além dos livros, e compreender o que realmente estava lendo e aprimorando minha interpretação, fazendo com que mais uma vez a leitura fosse o ponto de partida de muitas coisas que eu sei hoje.
Por isso que acredito que meu contato ia além de apenas juntar as palavras e ler uma frase, eram as ilustrações que me dava à garantia do entendimento, era me colocar nas situações dos personagens para que eu pudesse sentir tudo que se passava naquela cena. Realmente eu descobria um novo mundo, um lugar que estava bem perto de mim, bastava eu abrir uma pagina. E as lembranças que quando eu repetia a história pela terceira vez era que eu ia me inteirando cada vez mais à medida que eu entendia as falas dos personagens. Como cita a autora Rottava (200, página. 6) “Acredito que a leitura deva provocar no leitor uma reação”.

E essa reação aconteceu de fato na minha infância, pois partir de toda a imaginação, todo apoio vivenciado, e essa paixão pela leitura vem de muito antes, no qual agora faço leituras mais serias digamos assim, mas nunca perdendo aquela essência de viajar e realmente viver aquilo que o autor quer me passar, além do mais todas as portas que a leitura abriu para mim na infância, e fazendo com que agora eu agradeça muito meus pais, por sempre terem comprando gibis naquela época que por sinal tenho e leio até hoje, e me envolvo nas histórias da mesma maneira.



Referencias:
ROTTAVA, Lucia, A Importância da Leitura na Construção do Conhecimento.2000. ed. Ijuí-RS: Unijuí,199.
KLEIMAN, Angela, O conhecimento prévio na leitura, 1995. ed. Campinas-SP: Ernesto Guimarães, 1989.

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