Aluno 150
Reescrita
Você já parou para pensar no quanto as histórias da vida de alguém podem mudar a sua vida? No quanto até mesmo pequenas coisas que acontecem com outras pessoas influenciam você? Bom, eu já. Foi assim, conhecendo a história de uma (des)conhecida, que transformei minha forma de agir diante de uma dificuldade.
Toda vez que surgia um problema a minha primeira reação era fugir dele. Eu tentava resolver, mas se não dava certo de primeira: desistia. Durante muito tempo foi assim, eu não tinha persistência, ânimo para tentar mais vezes. Até o dia em que encontrei uma moça, a qual me contou sua história e inspirou uma mudança em mim.
Era uma quarta-feira, eu estava voltando da aula. No caminho passei pela Praça da Alfândega no centro de Porto Alegre, um lugar movimentado. Vinha em minha direção uma mulher: tinha cabelos castanhos presos num coque baixo e bagunçado; uma franja curtinha, a cima das sobrancelhas; vestia roupas largas, um tanto esfarrapadas; aparentava ter por volta de 27 anos de idade; e carregava consigo um pedaço de arame e um alicate. Quando chegou perto de mim perguntou meu nome e do que eu mais gostava: livros, música ou fotografia. Notei que não era brasileira, tanto por suas feições quanto por mal falar português. Assim que respondi “Me chamo Amanda, e acho que prefiro livros.” ela começou a trabalhar no arame, o qual foi transformado em um marca páginas.
Enquanto moldava o material contou parte da sua história: Ela era morava no Chile e era natural de lá. Sua cadelinha, pela qual ela tinha muito amor e carinho, estava prenha e doente. O estado do bichinho era muito grave e ela não tinha condições de pagar o tratamento, que era muito caro no seu país, e estava muito triste com toda a situação. Até que conheceu uma veterinária brasileira, a qual se propôs a fazer os procedimentos cobrando metade do valor. Sem pensar duas vezes arrumou suas coisas e veio ao Brasil. Além do auxílio dessa médica, conseguiu ajuda de outras pessoas que ofereceram abrigo para ela. Desde então passou a produzir trabalhos manuais na praça e apenas oferecia eles às pessoas sem estipular um valor. Usava o dinheiro para pagar o tratamento e algumas despesas da sua estadia aqui.
Quando terminou me alcançou o marca páginas. Entreguei à ela uma quantia de dinheiro e agradeci, principalmente, pela história contada. Naquele momento eu percebi o grande aprendizado que ela me proporcionou. Ensinou-me que não posso me abalar por todo e qualquer problema, e apenas me conformar com tal. Porque mesmo sendo difícil, quase impossível solucionar o problema dela lá no Chile, ela não desistiu. Veio até aqui e com o melhor que pôde lutou para atingir os seus objetivos.
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