terça-feira, 18 de julho de 2017

Objetos e gêneros

Aluno 170
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Às vezes, acontecimentos do nosso dia a dia podem passar despercebidos em meio a fatos cotidianos e rotineiros. Hoje, como qualquer segunda feira da minha vida, tive aula pela manhã e à tarde fui a terapia. Porém, no meio desses compromissos, consegui marcar um encontro com uma amiga para tomar um café e colocar o papo em dia. Esses são os típicos encontros que nos deixam com vontade de que o tempo pare, para que assim possamos conversar sobre diversos assuntos, sem horários para despedidas. Porém, nosso tempo era contado, e tínhamos algo como uma hora para que a Sofia voltasse ao trabalho.
No meio da nossa conversa, Sofia contou-me sobre uma rápida troca de frases que tivera com um homem no mesmo dia pela manhã. Estava chovendo e ele carregava um guarda chuva, então este homem a questionou sobre qual era a cor do guarda chuva que ele levava nas mãos. Não entendendo, Sofia quis saber o porquê da pergunta e ele, então, perguntou se era um objeto de homem ou de mulher. Isso trouxe certa estranheza e confusão na cabeça da minha amiga -que via uma coloração puxada para o verde água- ao ponto de que ela soubesse exatamente o que ele esperava como resposta. Mas não, as cores não possuem gênero e ela o disse que era o que ele quisesse. Mudamos de assunto, não tínhamos muito tempo restante.
Já em casa, refleti sobre o acontecimento que Sofia havia me contado pela tarde. Primeiramente, porque as cores sempre me causam certa curiosidade. Gosto da maneira que elas se manifestam e o que elas causam nas pessoas. Azul me remete a imensidão e me deixa em estado de pureza. Já para Sofia, azul significa vácuo, uma cor que não traz sentimento algum. E também pelo fato de que alguns objetos são identificados para distintos gêneros, por algumas pessoas. Lógica triste e estereotipada, visto que objetos nem sentimentos possuem.
Na realidade, nossas influências pelas cores existem muito por um fator cultural, em que agregamos certos significados para elas. Um exemplo disso é o mundo ocidental usar o preto como sinônimo de luto, enquanto no oriente as pessoas vestem branco para esta mesma ocasião.
São essas generalizações enraizadas na sociedade que reforçam o preconceito que possuímos referente a cores para diferenciação de gêneros. No entanto, a cor é uma linguagem visual, capaz de transmitir mensagens e sensações dos mais variados contextos, em que cada sujeito da o seu próprio significado. Rosa, púrpura ou preto, mas que o guarda chuva seja usado. Por todos.

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