Aluno 137
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Como fui criada a vida inteira por minha avó, sempre tive um laço muito forte com ela, sempre gostei de ouvir suas histórias sobre como era sua vida fora da cidade, antes de ela se mudar para Porto Alegre. A vida dela sempre fora complicada, com dificuldades financeiras e emocionais, porém, ao meu ver conforme a situação piorava, ela se tornava mais força. Meu aprendizado com ela tornou-se mais efetivo e significante quando, após eu ter ficado mais velha, descobri que ela havia criado os dois filhos, meu pai e minha tia, sozinha.
Até aquele momento, eu não me considerava uma pessoa ligada à família, mas, ao saber que aquela mulher, trabalhando oito horas diárias, criou e educou dois adolescentes que, diga-se de passagem não era nada fáceis, comecei a repensar sobre o que significava família. Família não eram almoços aos domingos ou uma grande ceia de Natal, família era dar aos que amamos carinho e cuidado, mesmo que aquele cuidado não fosse regado a juras de amor excessivas, já que minha avó é a pessoa menos delicada que conheço.
Lembro que, ao ouvir toda a história de minha avó, fiquei alguns minutos quieta, segurando um choro doído ao questionar se era justo alguém tão boa ter sofrido tanto, e, além disso, ao contar ela não demonstrava tristeza ou mágoa, só conformidade. O aprendizado que minha avó me deu, por mais clichê que seja, foi a não desistir dos que amo e fazer tudo por eles.
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