segunda-feira, 10 de julho de 2017

Como comecei e aprendi a escrever.

Aluno 181
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Minha mãe sempre incentivou eu e meu irmão à leitura e à escrita. Ela tinha em casa uma máquina de escrever herdada do cartório onde trabalhou durante muitos anos e antes mesmo de saber montar as letras nas palavras nós “brincávamos” de escrever naquela máquina. Eu achava e ainda acho este objeto incrível e passava horas batendo nas suas teclas duras e repetindo aquele barulho infernal. Com o tempo e o avançar da vida escolar chegamos a utilizar o artefato na produção de trabalhos da escola, gerando algum estranhamento nas professoras pela utilização de uma ferramenta tão antiga.
Durante a infância tentei me habituar a escrever em diários mas sempre acabava abandonando o projeto e as folhas coloridas com desenhos não me agradavam em nada. Eu gostava mais de contornar os desenhos cor-de-rosa com caneta preta e desenhar outras coisas em cima do que de encaixar as letras naquelas linhas finas.
No início do Ensino Médio, com cerca de 15 anos, uma literatura internista como Caio Fernando Abreu e também aventureira e como Jack Kerouck me fazia refletir e ter vontade de anotar essas reflexões. O fato de nesta época ter ganhado meu primeiro computador também contribuía para que eu começasse a registrar essas ideias de modo mais ágil.
Porém foi a angústia e a vergonha de um transtorno alimentar que me fizeram firmar uma profunda relação com a escrita. A vontade de desabafar somada à vergonha de admitir aos amigos e à família que eu tinha bulimia foram determinantes para que eu tomasse a escrita como uma forma de expressão que me acompanharia pelo resto da vida. A culpa, a angústia, a insônia, a fome e a ansiedade eram os temas mais frequentes, relacionados não somente com o transtorno em si mas com outros aspectos da vida de uma adolescente do início dos anos 2000, que estudava e trabalhava para ajudar nas contas de casa.
Com 17 anos fiz um blog na internet e passei a publicar textos. Estes da fase mais deprimida jamais foram publicados no portal. Lá eu sempre preferia escrever outros temas e com este blog adquiri o hábito interessante de escrever textos “de presente” para pessoas que eu gostava. Normalmente fazia isso no aniversário delas.
O gosto pela escrita me levou a estudar comunicação social. Embora quisesse jornalismo, consegui bolsa de estudos para Publicidade e Propaganda e por ali segui. Passei a trabalhar em uma agência de publicidade, cumprindo, entre outras tarefas, a redação. Depois de três anos saí de lá com a sensação de que a empresa levou de mim o que eu mais gostava: a criatividade para escrever. Fiquei um bom tempo sem conseguir escrever mas agora venho retomando um ritmo bom e não pretendo abandonar mais.

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