Aluno 168
Reescrita
Aprendi a escrever aos 4 ou 5 anos. Me lembro do processo como se fosse ontem. Usando bloquinhos de madeira com letras estampadas em vermelho, minha mãe e minha irmã me ajudavam a escrever palavras simples, como “zuga”, que era meu apelido na época. Com o tempo, fui avançando para frases, até que eu sabia os fundamentos básicos da escrita. Meus primeiros “trabalhos” eram bilhetes e recados para minha mãe nas páginas em branco de livros infantis. Entre meus amigos, eu era o único que sabia escrever naquela época. Quando brincávamos de escolinha, eu escrevia algumas frases avulsas com um giz branco na calçada da rua e depois lia em voz alta para eles. Eu costumava gostar muito de ler, era o meu lazer na época. Porém, com o passar do tempo, eu acabei por deixar a leitura de lado e me entreter com computadores e videogames. Esse hobby de jogar videogames e acessar a internet frequentemente e a falta de leitura no resto da minha infância trouxeram consequências negativas para a minha vida escolar: a preguiça para produzir textos e a falta de conhecimento prévio de qualidades discursivas.
Ao longo do ensino médio, tive que escrever algumas redações para as aulas de português e produção textual. Todas eram obrigatoriamente escritas no papel (o que eu acho desnecessário, considerando a praticidade de digitar em um computador). Combinando minha falta de prática na escrita e minha preguiça para produzir textos, ganha-se uma receita para o desastre. Eu tinha que escrever textos dissertativos sobre assuntos dados pelos professores, sem muita liberdade para escrever algo que eu achasse interessante. Me dava muita preguiça de começar a escrita, e quando eu finalmente começava, era muito difícil de traduzir meus pensamentos para frases apropriadas para um texto dissertativo. Sem falar das milhares de regras desse tipo de texto: precisa ter introdução, desenvolvimento e conclusão, não pode ser em primeira pessoa, precisa apresentar um problema e pensar em formas de resolvê-lo, entre outras regras que eu nunca gostei. Porém, quando eu acabava os textos, percebia que eles não estavam ruins como eu imaginava que acabariam ficando. Aliás, eu até ganhava notas boas! O meu problema na escrita era a dificuldade que eu tinha de me expressar no papel, principalmente dentro dessas regras. Passei o ensino médio inteiro terminando redações muito perto do prazo final, ou às vezes nem conseguindo terminar a tempo.
Ainda sou atormentado por essas dificuldades atualmente, mas a escrita é importante para o meu curso, por isso terei que aprender a produzir textos melhores mais rapidamente, usando de qualidades discursivas para torná-los interessantes. Seria bom também pensar menos antes de escrever, pois é isso que faz com que eu trave pelo medo de que o texto fique ruim.
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