1 Versão
Aluno 180
Desde criança eu sempre gostei do mar, de lagoas e piscinas. Adorava quando chegava o verão, época em que eu ia para a praia e podia passar a tarde inteira mergulhando e brincando na água. Minha mãe sempre se mantinha apreensiva quando eu entrava no mar, na piscina ou em qualquer outro lugar em que a água estivesse acima do meu joelho. Ela cuidava cada passo meu dentro da água, e se eu passasse um pouco do limite que ela tinha estabelecido eu já ouvia os seus gritos mandando que eu saísse da água. Eu não entendia o porquê de tanto receio em me deixar fazer o que eu tanto adorava, mas um dia ela me contou.
Quando tinha dezessete anos, minha mãe foi passar o dia em um lagoa com a sua família. O pai, a mãe, os irmãos, namoradas e esposas dos irmãos, sobrinhos e amigos da minha mãe, estavam todos reunidos para fazer um churrasco e um típico almoço em família. Logo após o almoço os irmãos e sobrinhos da minha mãe foram para a lagoa. Eles não sabiam a profundidade do lago, mas como meus tios já eram adultos e sabiam nadar, não se preocuparam em ficar em partes mais rasas da lagoa, foram todos nadar nas partes fundas. Até que um dos sobrinhos da minha mãe começou a se afogar. Meus tios foram socorrê-lo, mas como estavam em uma parte muito profunda da lagoa, um dos meus tios acabou se afogando.
Ele era o irmão mais velho da minha mãe, o primogênito de nove filhos, tinha uma esposa e uma filha de cinco anos. Foi uma perda enorme para a família, mas principalmente para a minha mãe, que por ser a filha mais nova, recebia muito mais cuidado e carinho do irmão mais velho. Depois de ouvir esse relato eu compreendi por que a minha mãe pedia tanto que eu tomasse cuidado no mar. Aprendi que devia ter cautela e prudência ao entrar na água, e que, mesmo que eu saiba nadar, não posso me arriscar em águas muito profundas.
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