domingo, 18 de junho de 2017

Como comecei a escrever.

Aluno 169
Reescrita


Na infância, entre meus 3 e 6 anos, a escrita para mim, não era considerada importante. Eu não tinha o entendimento de que, naquela faixa de idade, eu deveria saber escrever. Pois assim como a maioria das crianças de mesma idade que eu conhecia, meus interesses se limitavam a brincar no pátio de casa, pintar livros de colorir e assistir a desenhos animados na televisão, afinal, essas eram atividades que me proporcionavam diversão.
Quando iniciei a pré-escola, fui apresentado a muitas novidades no primeiro dia. A principal delas, foi quando tive meu primeiro contato com o profissional que, a partir daquele momento, seria a entidade superior que eu mais deveria respeitar a partir de meus pais, o professor; nesse caso, professora, que foi a responsável por me ensinar as primeiras letras do alfabeto. Apesar de meu medo inicial, pois era um ambiente no qual eu ainda não estava acostumado, me senti confortável no final do primeiro dia pré-escolar, já que meu nervosismo desapareceu após a turma realizar diversas atividades dinâmicas, em que a interação com os colegas era fundamental para a adequação naquele primeiro momento no âmbito infantil.
Nessa mesma semana, meu principal aprendizado até aquele momento acabara de acontecer: fui ensinado a identificar, pronunciar e escrever as letras do alfabeto. A professora pediu para que todos os alunos tentassem escrever o primeiro nome de seus pais em seus cadernos, simplesmente usando a intuição e o nosso ainda pequeno conhecimento, afinal, naquele momento, ainda não havíamos aprendido a formar sílabas. Me arrisquei iniciando pelo nome de meu pai. Acertei. Já no de minha mãe, não tive muito sucesso. Eu lembrava de parte das letras que deveriam ser utilizadas na composição de cada nome, pois, na geladeira da minha casa, haviam ímãs nomeados com cada integrante da família, juntamente com uma figura de um personagem de desenho animado os representando. Infelizmente, nem todas as letras eu consegui lembrar, e outras eu adicionei sem saber que estavam erradas. Apesar de Artur ter se mantido Artur, Magda tornou-se Miúda, para o divertimento de minha professora, que gargalhou tendo ciência do meu inocente equívoco.
A partir desse meu primeiro erro gramatical, eu comecei a desenvolver um pensamento sobre a importância da escrita. Embora, nessa fase inicial, eu ainda não soubesse por qual motivo eu deveria saber escrever, eu tive a certeza de que meu simples erro não deveria voltar a se repetir, mas poderia fazer com que eu buscasse novos nomes para aprender e fazer da escrita parte dos meus interesses que me proporcionavam diversão, assim como brincar no pátio de casa, pintar livros de colorir e assistir a desenhos animados na televisão.

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