sexta-feira, 21 de julho de 2017

Trajetória no mundo da leitura

Aluno 134
Reescrita


Ao iniciar minha vida acadêmica, não tinha muita certeza do que queria, entrei no curso de Letras mais por influência dos meus pais do que por vontade própria - por outro lado, me sentia de algum modo atraída pelo curso, por se apaixonada por literatura -. Era muito decepcionante no último ano do colégio, enquanto todos já sonhavam com o curso escolhido e como seria a vida na faculdade, não ter decidido ainda, e o pior, nem ter opções para decidir. Porém, após um ano de cursinho e muito esforço consegui a tão aclamada aprovação, e assim, começou minha história no mundo da leitura, agora não mais só de livros infanto-juvenis, mas sim uma leitura acadêmica.
Ao iniciar o curso, logo de cara recebi uma enorme lista de livros que seriam abordados semanalmente, leituras muito interessantes que abordavam histórias desde a Grécia Antiga e seu famoso teatro, até obras mais contemporâneas, como o que acabou virando um de meus livros favoritos “Os sofrimentos do jovem Werther”, além dos textos acadêmicos. No entanto, o que eu pensava que seria um crescimento lento e progressivo das minhas habilidades de leitura foram se tornando, na verdade, uma grande carga de decepção, que me dominava.
Era claro que gostava de ler e do que estava lendo, mas nunca em minha trajetória escolar tinha tido estímulos fortes o suficiente para a leitura, o que me fazia ter certa ‘dificuldade’ na hora de parar e ler algo. Lia em um ritmo devagar, assim atrasando muitos textos e acumulando muitos livros juntos. A ideia de largar o curso não era pequena, pois me sentia impotente, como se nunca fosse superar essas dificuldades de leitura; contudo recebi muitos conselhos de amigos e colegas que me fizeram persistir e me dedicar mais, procurar formas que me fizessem me sentir mais atraída pelos estudos e leituras.
Ao ler o texto sobre “Abordagens de leitura” (KLEIMAN, 2004), tive uma mudança de perspectiva da minha visão sobre a leitura, o que meu encheu de novas forças e esperanças para continuar no curso. No texto a autora fala um pouco sobre como abordar a leitura nas escolas, de um modo que as crianças ‘prendam’ sua atenção ao que está sendo lido e ensinado. Ela nos relata:
Um leitor que precisava receber um estímulo visual, uma letra, para uni-la a um estímulo visual anterior para assim formar uma sílaba, procedendo dessa forma em todos os níveis de significação: letra por letra até completar uma sílaba, sílaba por sílaba, até completar uma palavra, palavra por palavra até completar uma frase e assim sucessivamente. (p. 16)
Apesar de estar se referindo a leitores do ensino fundamental, consegui relacionar com o que eu estava passando. Me faltavam estímulos, principalmente visuais, pois eu via todas aquelas letras que tinha que ler ‘correndo’ para começar o próximo e assim seguir, porém me faltava um sentindo, como “formar uma sílaba”, precisava de um “significado” para ler todas aquelas coisas. Eu precisava ir “sílaba por sílaba, até completar uma palavra”. Ou seja, eu precisava de objetivos, para assim tornar minhas leituras da faculdade algo que no seu fim tivessem um significado e que enquanto eu estivesse lá, fossem por um bom motivo.
Assim sendo, considero que minha caminhada no mundo da leitura acadêmica está somente em seu início, mas que já me fez crescer e amadurecer muito no tempo em que passei dentro da universidade, principalmente, como leitora. Minhas pequenas experiências e leituras do primeiro semestre de faculdade adicionaram novas qualidades a minha personalidade, além, de claro, ter transformado aquela dúvida de curso, em uma vontade própria, a ter um objetivo e correr com todas as forças atrás dele. E espero que um dia, já trabalhando como professora, possa incentivar em meus alunos, com estímulos de leituras – os quais não recebi prontamente -, e assim formar ávidos leitores.

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