Aluno 172
1 Versão
O processo de aprendizado da escrita
dá-se de forma longa e gradativa. Passamos por diversas etapas até nos vermos
capazes de expressar nossas ideias através da escrita de maneira coerente.
Completada a alfabetização, entramos em um extenso estudo de gramática, a fim
de nos inteirarmos das regras e dos conhecimentos que serão exigidos em nossas
futuras produções textuais. A promessa da necessidade do domínio desse saber
nos sendo relembrada constantemente, mas raramente sendo exigida e praticada
com tamanho afinco no presente.
Logo
que somos capazes de compreender o básico da escrita e da leitura, a escola nos
familiariza com textos dissertativos-expositivos, tornando cotidiana a tarefa
de transpassar instruções e resumos escolares em nossos cadernos, de modo que
tenhamos um material para consulta quando necessário. Contudo, apesar de ter
ciência da necessidade de habituar a criança com o ato de escrever, e saber que
a prática a partir da cópia de textos da lousa é um método que, até então, se
mostrou eficiente, acredito que há uma falta de incentivo para que o aprendiz
produza textos por conta própria, com o único objetivo de exercitar sua
criatividade. Desde as séries iniciais, há uma exigência muito maior em cima do
conhecimento gramatical, o que, além de negligenciar o desenvolvimento da
capacidade criativa, contribui para a formação de jovens que se sentem
inseguros na hora de expressar seus pensamentos e pontos de vista no papel.
Pessoalmente,
posso afirmar que fui, de fato, alfabetizada com êxito e que, de um modo geral,
não tive muitas dificuldades para aprender as regras da língua portuguesa.
Todavia, a minha relação com a produção textual foi um pouco diferente e o
caminho que percorri até me sentir parcialmente familiarizada com a prática da
escrita criativa - crônicas, contos, poesias e textos dissertativos - fora
longo e laborioso. O curso preparatório para vestibular que frequentei foi o
espaço onde finalmente fui capaz de derrubar algumas das muitas barreiras que
impediam-me de expressar claramente minhas ideias e, hoje, posso declarar com
convicção que a presença de um profissional da educação que nos transmita
segurança e nos incentive a fazer sempre o melhor, é fundamental. Sou
eternamente grata a minha professora de redação por isso.
Em
suma, escrever não é, de maneira alguma, uma tarefa fácil. Não quando o
objetivo dessa escrita é alcançar o patamar exigido por uma determinada
comunidade discursiva; articular nossa opinião de maneira singular e
convincente é um verdadeiro desafio, independente da questão a ser discutida. A
leitura é um artifício indispensável no desenvolvimento dessa habilidade, e
foi, sem dúvidas, uma das minhas maiores aliadas. Entretanto, sem muita prática
e críticas construtivas, dificilmente somos capazes de progredir. Eu,
certamente, não seria.
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