Aluno 114
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Veja bem, para se dominar a arte de não emitir som algum ao comer no cinema, existem uma série de passos a serem seguidos. Esse processo vai desde a escolha do produto do qual você irá se alimentar até o melhor método para mastigar da maneira mais silenciosa possível.
Em primeiro lugar, deve-se evitar a qualquer custo um produto que venha dentro de embalagens plásticas, metálicas e, principalmente, aquelas que, de alguma forma, parecem uma mistura das outras duas. Elas irão fazer barulho. É um fato. Portanto, ao invés delas, opte por comer alguma coisa que venha dentro de um recipiente rígido, mas que não lhe custe muito a ser aberto, como um pote, por exemplo.
Frutas também são boas apostas uma vez que possuem revestimentos naturais que não costumam ser barulhentos. No entanto, lembre-se que nem todas são exatamente práticas para serem levadas ao cinema. Como melancias ou uvas pouco silenciosas por serem crocantes demais.
Você também pode se arriscar com as pipocas do cinema, suas embalagens não emitirão som algum. Porém lembre-se: as pipocas são as piores inimigas de um expectador que pretende ser silencioso.
Uma vez que você conseguiu abrir a embalagem sem nenhuma grande consequência sonora, a etapa de pegar o dito alimento e depositá-lo em sua boca não deve ser difícil. Portanto, passemos para a parte da mastigação.
A escolha do seu alimento deve ser cautelosa. Caldos, papinha, sopas e sorvetes não costumam tomar a concentração de ninguém, a não ser que chamem a atenção de alguém em função de sua peculiaridade, afinal, não são os alimentos mais práticos de se levar. A pipoca, por outro lado, é quase que o extremo oposto das comidas a cima citados: recorrente, ainda que barulhenta ao extremo.
Evite, então, colocar uma quantidade excessiva delas na boca ao mesmo tempo. Cerca de três ou quatro pipocas por vez já devem ser mais do que o suficiente. Você pode mastigá-las lenta, delicada e cuidadosamente para emitir o mínimo de ruído possível. Afinal, todos nós já estivemos na posição de ouvinte irritado com a mastigação alheia. Pense, portanto, nesse exercício não como uma forma de praticar a eficácia do seu silêncio, mas sim a sua capacidade de empatia.
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