terça-feira, 18 de julho de 2017

Aluno 177
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Há dois momentos em minha vida onde aprendi a escrever.
Quando me ensinaram o alfabeto, e então veio o A, B, C até decorar. Daí disseram que era hora de juntar as letrinhas do alfabeto para formar os sons, Ca, La, Ra, Ba, era hora de pintas as silabas com seus desenhos e decorar a sala com esses trabalhinhos.
Logo o bê-a-bá foi se juntando e formando palavras, b-o-l-a, c-a-s-a, v-i-d-a, e agora tem que relacionar as palavras às imagens, e pintar, deixar tudo colorido. Depois disso veio o ditado, e aí tinha que se lembrar dos acentos.
E então chegou a hora de aprender como formar as frases, e depois como elas funcionavam para, agora, ficar em uma eterna busca pelo sujeito. E então, ler e interpretar, e copiar, e escrever, para então fazer as provas, e cada vez piorava, e eram intermináveis regras pra se lembrar.
Nesse momento, uns oito anos depois de iniciar a jornada das palavras, e acabar usando elas até em matemática, começou a segunda parte da minha vida com a escrita: aprendi a escrever por gosto.
Começou por influencia de outras pessoas que eu não conhecia, mas lia seus textos na internet, e escrevia sobre os adolescentes com foco nos sentimentos, mas nunca me usando para isso, normalmente em forma de texto e poesia.
Um dia resolvi levar os poemas pra fora da internet comecei a escrever para as minhas colegas de escola, sobre elas, sobre seus sentimentos, sobre suas “paixonites” e fiz algum sucesso nesse meu meio social.
Com o tempo resolvi mudar de enfoque, tentei criar histórias longas sobre romance, suspense, ficção, mas nunca consegui me encontrar em um desses gêneros. Então minha professora de português pediu a minha turma que cada um fizesse uma crônica, onde acabei escrevendo a melhor daquela turma, todavia esse também não foi o gênero ao qual me apeguei.
Posteriormente, fiz oficinas de escrita, tentei as crônicas, gênero de terror, cheguei até mesmo a escrever para uma coluna de jornal – mais por opinião política do que por vontade de escrever.
No fim me descobri péssima escritora, e pior ainda em expressar sentimentos. Mas aprendi muito sobre os gêneros pelos quais passei e sobre autores que utilizei como influência.
Desisti da escrita como forma de prazer e a deixei como obrigação.  Voltei aos livros, que sempre me acompanharam nessa jornada, sou, agora, apenas uma leitora dedicada e nada mais.

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