Aluno 182
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Ao refletir sobre a minha experiência com a leitura ao longo dos anos, várias memórias me vieram à mente. Algumas, por serem mais marcantes e terem influenciado o meu gosto pela leitura, lembro nitidamente. Posso dizer que minha experiência com a leitura começou cedo: quando pequena, não muito tempo depois de aprender a ler, ganhei dos meus pais uma caixa com mais de cem gibis usados da Turma da Mônica. Imagine, então, minha felicidade ao ver todos aqueles personagens, figuras e histórias que na época eram incríveis para mim. Onde ia, levava comigo um gibi – e assim, li todos eles em pouquíssimo tempo. Meus pais, muito orgulhosos, continuaram sempre a incentivar a leitura. Essa lembrança me fez refletir profundamente sobre a importância que minha família teve no papel de motivar a leitura. Como citado em ROTTAVA (2000), “a família não deve deixar somente para a escola o papel de despertar, incentivar e motivar a leitura”.
Pode-se dizer que esses gibis me influenciaram como leitora, e me fizeram ter vontade de conhecer novas histórias. Isso me levou a pensar na segunda lembrança que marca minha trajetória: o primeiro livro “grande” lido. Na época, estava no ensino fundamental, e ouvi uma professora comentar sobre Erico Verissimo. Fiquei curiosa e, assim, na feira do livro na escola, comprei O Continente, volumes 1 e 2, parte da trilogia O tempo e O Vento. A decepção foi grande quando o livro não me cativou: com uma linguagem difícil e o meu conhecimento insuficiente da época para esse tipo de leitura, li o livro a muito custo, pois havia comprado. Estava convencida de que o livro era péssimo e muito chato, e que nunca mais leria o tal de Erico Verissimo.
Anos mais tarde, me deparei com a mesma obra em um contexto diferente: no terceiro ano do Ensino Médio, a leitura estava sendo cobrada para o vestibular. E foi relendo-o que “mergulhei” no livro: me emocionei com a história de Ana Terra, do Capitão Rodrigo, e me encantei com os aspectos históricos das missões jesuíticas do Sul do Brasil relatados. Me apaixonei pela obra e, ao finalizá-la, queria ler os outros livros e saber tudo o que aconteceria posteriormente.
A partir dessa lembrança, refleti sobre o motivo pelo qual não havia gostado do livro inicialmente, e pude comprovar o que KLEIMAN (1995) afirmara: que o leitor utiliza diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, e por isso a linguagem é um processo interativo. Sem esse engajamento do conhecimento prévio do leitor, não haverá compreensão. Essa ideia também é exposta no texto de ROTTAVA (2000), que afirma que a leitura está ligada à compreensão de sentidos e, nesta compreensão, é levado em conta o conhecimento prévio do leitor adquirido ao longo da vida.
A partir disso, percebo hoje que na época em que li a obra, não tinha o conhecimento prévio considerável para entendê-la. Minha bagagem de leitura era insuficiente para compreender aspectos relevantes para a construção de sentidos. Percebo hoje que pude adquirir um maior conhecimento enciclopédico ao ler outros textos antes de reler a obra que havia sido incompreendida por mim na época, e assim entendê-la mais tarde. Isso tudo pode ser relacionado à leitura como uma interação: segundo ROTTAVA (2000), nossos conhecimentos prévios devem interagir entre si para que realmente a construção de sentidos se concretize. Todo o contato que tive com a leitura durante minha trajetória foi importante para minha formação pessoal. Tudo o que foi lido, inclusive os gibis, resultou em uma descoberta do mundo, uma leitura do mesmo através dos meus olhos, que me possibilita cada vez mais construir sentidos e utilizar conhecimentos para meu crescimento.
Pode-se dizer que esses gibis me influenciaram como leitora, e me fizeram ter vontade de conhecer novas histórias. Isso me levou a pensar na segunda lembrança que marca minha trajetória: o primeiro livro “grande” lido. Na época, estava no ensino fundamental, e ouvi uma professora comentar sobre Erico Verissimo. Fiquei curiosa e, assim, na feira do livro na escola, comprei O Continente, volumes 1 e 2, parte da trilogia O tempo e O Vento. A decepção foi grande quando o livro não me cativou: com uma linguagem difícil e o meu conhecimento insuficiente da época para esse tipo de leitura, li o livro a muito custo, pois havia comprado. Estava convencida de que o livro era péssimo e muito chato, e que nunca mais leria o tal de Erico Verissimo.
Anos mais tarde, me deparei com a mesma obra em um contexto diferente: no terceiro ano do Ensino Médio, a leitura estava sendo cobrada para o vestibular. E foi relendo-o que “mergulhei” no livro: me emocionei com a história de Ana Terra, do Capitão Rodrigo, e me encantei com os aspectos históricos das missões jesuíticas do Sul do Brasil relatados. Me apaixonei pela obra e, ao finalizá-la, queria ler os outros livros e saber tudo o que aconteceria posteriormente.
A partir dessa lembrança, refleti sobre o motivo pelo qual não havia gostado do livro inicialmente, e pude comprovar o que KLEIMAN (1995) afirmara: que o leitor utiliza diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, e por isso a linguagem é um processo interativo. Sem esse engajamento do conhecimento prévio do leitor, não haverá compreensão. Essa ideia também é exposta no texto de ROTTAVA (2000), que afirma que a leitura está ligada à compreensão de sentidos e, nesta compreensão, é levado em conta o conhecimento prévio do leitor adquirido ao longo da vida.
A partir disso, percebo hoje que na época em que li a obra, não tinha o conhecimento prévio considerável para entendê-la. Minha bagagem de leitura era insuficiente para compreender aspectos relevantes para a construção de sentidos. Percebo hoje que pude adquirir um maior conhecimento enciclopédico ao ler outros textos antes de reler a obra que havia sido incompreendida por mim na época, e assim entendê-la mais tarde. Isso tudo pode ser relacionado à leitura como uma interação: segundo ROTTAVA (2000), nossos conhecimentos prévios devem interagir entre si para que realmente a construção de sentidos se concretize. Todo o contato que tive com a leitura durante minha trajetória foi importante para minha formação pessoal. Tudo o que foi lido, inclusive os gibis, resultou em uma descoberta do mundo, uma leitura do mesmo através dos meus olhos, que me possibilita cada vez mais construir sentidos e utilizar conhecimentos para meu crescimento.
REFERÊNCIAS:
ROTTAVA, Lucia. A Importância da Leitura na Construção do Conhecimento. Espaços da Escola, Ijuí/RS, v. 35, n. 1, p 11-16, 2000.
KLEIMAN, Angela. Texto e Leitor – Aspectos Cognitivos da Leitura. 4ª ed. Campinas/SP: Pontes, 1955.
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