Aluno 109
Reescrita
Estava ciente que quando chegasse a academia me depararia com textos teóricos que forçariam minhas habilidades cognitivas ao máximo.
No primeiro semestre do curso de letras, há uma cadeira de introdução à linguística, em que são apresentas os primeiros conceitos teóricos dessa ciência e que serão aprofundados ao longo do curso. Uma das últimas leituras realizadas no semestre é de capítulos selecionados do “Curso de linguística geral”(CGL) de Ferdinand de Saussure, o principal colaborador que tornou a linguística uma ciência propriamente dita, definindo o seu principal objeto de pesquisa.
No primeiro contato com os capítulos iniciais do CGL, me deparei com uma das leituras mais difíceis que fiz até hoje. As ideias do estruturalismo e suas dicotomias -fala/lingua; significante/significado- atravessaram a minha mente como o ditado popular “entrar por um ouvido e sair pelo outro”. Rottava(1998) afirma que compreender um texto é atribuir-lhe sentido, através de conhecimentos prévios, e sem as primeiras leituras introdutórias a linguística, feitas ao longo do semestre, entender uma das primeiras teorias linguísticas que iriam ser-me apresentadas no curso teria sido uma tarefa quase impossível.
Os principais conteúdos trabalhados ao longo do semestre focavam em mostrar e explicar o que seriam variações linguísticas, e contribuíram para o entendimento de uma das principais dicotomias propostas por Saussure, a de língua/fala. Simplificando: “fala” seria algo variante de pessoa para pessoa, algo individual, e “língua” algo coletivo, comum a todos dentro da comunidade de falantes de determinada língua. Mostrando o quão necessário se faz a intertextualidade para compreensão do todo de qualquer texto, Kleiman (1995, p.25) diz “A ativação de conhecimento prévio é, então, algo essencial à compreensão, pois é o conhecimento que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite fazer as inferências necessárias para relacionar diferentes partes discretas do texto num todo coerente”.
A falta de intertextualidade, a carga necessária de leitura, para elucidar na minha mente as teorias compiladas pelos alunos de Saussure te[Autor des1] riam tornado a tarefa, de compreensão do texto, em algo tortuoso, em outro tempo, onde o “eu leitor” não teria dado nem sequer a oportunidade ao CGL. As aulas expositivas que se seguiram pós a primeira leitura do CGL, onde foram retomados os conteúdos já vistos até aquele momento, foram o ponto chave para que a segunda leitura do mesmo texto fizesse mais sentido e fixassem-se suas ideias na minha mente.
REFERÊNCIAS
KLEIMAN, Angela.Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. 4. ed. Campinas: Pontes, 1995
ROTTAVA, Lucia. A Leitura e a Escrita na Pesquisa e no Ensino. Espaços da Escola, Ijuí, Unijuí, ano 4, nº 27, Jan./Mar., 1998
[Autor des1]Pasmem, o dito cujo não publicou nada, foram os aluninhos dele.
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