Aluno 67
Reescrita
A minha alfabetização deu-se através
da escola, compreendendo que alfabetização significa apenas a ação de
ensinar/aprender a ler e escrever (ROTTAVA, 2000, p.12), pois meus familiares
não possuíam o conhecimento pedagógico necessário para poder me ajudar neste
processo. Apesar disto, meus pais sempre atuaram muito bem no papel familiar de
despertar, incentivar e motivar a leitura (ROTTAVA, 2000, p.13), comprando
novos livros e me levando para exposições e feiras culturais.
E foi por um desafio proposto por meu pai que
me aventurei a ler o meu primeiro livro em outro idioma, o livro era o segundo
exemplar da trilogia da autora americana Anna Godbersen, chamado “Envy”. Só
pude cumprir com esta tarefa, porque já havia lido o primeiro exemplar em
português e havia conversado com a amiga que me emprestou o livro. Pois para
poder compreendê-lo eu precisava de um conhecimento prévio especifico, como
explica Kleiman (1995, p.13):
A
compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de
conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o
conhecimento adquirido ao longo de sua vida.
Confirmo que desta leitura
pouco armazenei, já que houve apenas uma decodificação (ROTTAVA, 2000, p.12),
ou seja, houve apenas uma decifração de palavras que foram colocadas no texto
através do contexto em que esta estava inserida. Mas a experiência de ter lido
e compreendido boa parte do livro despertou em mim uma vontade de buscar novas
obras para acrescentar no meu memorial.
No auge de minha
adolescência comecei a cultivar um tempo e uma atenção especial a leitura e a
escrita, intensificando o meu Letramento (ROTTAVA, 2000, p.12), que até então
era formado apenas por textos e leituras exigidas pelo colégio. Atitude esta,
que a meu ver deu-se de forma tardia prejudicando a minha escrita e a minha
leitura, já que leitura é uma forma de construir o seu conhecimento especifico
e social. Como descreve Rottava (2000, p.14):
Ler
e escrever são particularmente indissolúveis pois podem ser vistos como evento
social, no qual os leitores, do mesmo modo como os escritores, compartilham
pensamentos e ideias e , particularmente, objetivos afins que os constituem
também produtores de conhecimentos.
REFERÊNCIAS
ROTTAVA, Lucia. A importância da
leitura na construção do conhecimento. Espaços da escola. Editora Injuí. Ano 9.
n 35, p. 11-16, jan/mar.2000.
KLEIMAN, A. TEXTO E LEITOR: Aspectos
Cognitivos da Leitura. 4ª.ed.Campinas, SP: Pontes, 1995.
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