terça-feira, 28 de junho de 2016

Aluno 110
Reescrita


Ficha do artigo de opinião (Reescrita)
Tema: tempo.
Delimitação do tema: a percepção do tempo na sociedade moderna.
[Objetivo]: analisar os efeitos físicos e emocionais da falta de tempo no trabalhador brasileiro.
Problema: a ideia da constante falta de tempo traz consequências negativas para o trabalhador.
Hipótese: o trabalhador não é capaz de se ver livre da ideia de prazo e, portanto, ultrapassa seus limites para cumprir tarefas em tempo.
Argumentos
            1) Pesquisa do datafolha registra que o motivo de stress de 62% de 1000 executivos entrevistados é a falta de tempo, que desencadeia ansiedade, angústia, dores musculares e problemas gastrointestinais na maioria deles.
            2) A ditadura do relógio - a constante cobrança no trabalho faz o homem repetir sempre as mesmas ações, sem ouvir seus instintos biológicos. Isso arruína a saúde dos homens e encurta suas vidas.
Contra-argumento: Senso comum de que “tempo é dinheiro” e que vale a pena sacrificar-se em detrimento do cumprimento de prazos para obter recompensas financeiras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
WOODCOCK, George. A rejeição da política. Os grandes escritos anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981.
Rede Globo, Falta de tempo é o principal causador de estresse nos brasileiros. Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/07/falta-de-tempo-e-o-principal-causador-de-estresse-entre-os-brasileiros.html>. Acesso em 18 de junho de 2016.
Homem versus tempo (Reescrita)
É fato que nossa sociedade vem sofrendo com a falta de tempo, principalmente os trabalhadores que têm prazos a cumprir. No entanto, o stress de uma vida guiada pelo ponteiro do relógio traz consequências físicas e emocionais que muitas vezes são ignoradas, já que muitas pessoas tendem a ultrapassar  seus limites físicos e psicológicos para alcançar o cumprimento de suas tarefas. 
Os resultados de uma pesquisa de 2010 da International Stress Management Association (Isma-Br) mostram que 62% de 1000 executivos entrevistados acredita que seu stress é resultado da falta de tempo no cotidiano. Após um dia de luta contra o relógio, não é surpresa que 81% deles sofra com ansiedade e 78% com angústia, da mesma forma como não surpreende que 86% deles reclame de dores musculares, já que a tensão os acompanha da manhã até a noite. Além disso, 26% dos entrevistados ainda sofre com problemas gastrointestinais, que podem ser consequências do stress enquanto efeito psicológico, mas principalmente de uma má alimentação baseada em fast food, que faz os trabalhadores suprirem a falta de tempo com comidas rápidas, mas inadequadas. 
Por que, então, continuar vivendo de tal maneira? De acordo com George Woodcock, estamos presos na “ditadura do relógio", que nos leva a agir tal como nosso “ditador”, mecanicamente, repetindo sempre as mesmas ações, em oposição à nossa natureza humana (WOODCOCK, 1981). O trabalhador moderno, portanto, estaria colocando seu emprego e seus prazos acima do seu próprio bem-estar, seja ele físico ou emocional, uma vez que “refeições feitas às pressas, a disputa de todas as manhãs e de todas as tardes por um lugar nos trens e nos ônibus, a tensão de trabalhar obedecendo horários, tudo isso contribui, pelos distúrbios digestivos e nervosos que provoca, para arruinar a saúde e encurtar a vida dos homens” (WOODCOCK, 1981). Essa sociedade trazida pelo texto, no entanto, é a de quase 40 anos atrás, e atualmente, como mostrado pela pesquisa da Isma-Br, estamos em um momento muito mais crítico: o relógio, agora mais forte, vem matando lentamente os trabalhadores, enquanto pede-os que façam tudo com uma rapidez tão desumana que nem lhes sobre tempo para pensar neles mesmos ou em sua saúde. 
Há, contudo, aqueles que acham que tais sacrifícios por parte do homem são necessários para a construção de uma sociedade que devidamente funcione. Para quem acredita que “tempo é dinheiro”, vale a pena dispensar momentos de lazer, de sono, de alimentação e de mero descanso para lucrar e ter uma "vida confortável", afinal, o tempo é só uma mercadoria e pode também ser vendido. Entretanto, há algo tão reconfortante a ponto de ser pago com moeda tão valiosa? 
Sendo o tempo dinheiro ou não, o fato é que saúde ainda não está à venda. É dever de cada um de nós, membros da “ditadura do relógio”, nos rebelarmos a ponto de reconhecermos nossos limites e aprendermos a respeitá-los. Dessa forma, podemos manter a vida como um bem intrínseco e sem necessidade de compra e venda. 

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