Aluno 110
Reescrita
Ficha do artigo de opinião (Reescrita)
Tema: tempo.
Delimitação do tema: a
percepção do tempo na sociedade moderna.
[Objetivo]: analisar os efeitos físicos e emocionais da falta de
tempo no trabalhador brasileiro.
Problema: a ideia da
constante falta de tempo traz consequências negativas para o trabalhador.
Hipótese: o
trabalhador não é capaz de se ver livre da ideia de prazo e, portanto,
ultrapassa seus limites para cumprir tarefas em tempo.
Argumentos
1) Pesquisa do datafolha registra que o motivo de stress
de 62% de 1000 executivos entrevistados é a falta de tempo, que desencadeia
ansiedade, angústia, dores musculares e problemas gastrointestinais na maioria
deles.
2) A ditadura do relógio - a constante cobrança no trabalho
faz o homem repetir sempre as mesmas ações, sem ouvir seus instintos
biológicos. Isso arruína a saúde dos homens e encurta suas vidas.
Contra-argumento:
Senso comum de que “tempo é dinheiro” e que vale a pena sacrificar-se em
detrimento do cumprimento de prazos para obter recompensas financeiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
WOODCOCK,
George. A rejeição da política. Os
grandes escritos anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981.
Rede
Globo, Falta de tempo é o principal causador de estresse nos brasileiros.
Disponível em:
<http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/07/falta-de-tempo-e-o-principal-causador-de-estresse-entre-os-brasileiros.html>.
Acesso em 18 de junho de 2016.
Homem versus
tempo (Reescrita)
É fato que nossa sociedade
vem sofrendo com a falta de tempo, principalmente os
trabalhadores que têm prazos a cumprir. No entanto, o stress de uma vida guiada pelo
ponteiro do relógio traz consequências físicas e emocionais que muitas vezes
são ignoradas, já que muitas pessoas tendem a ultrapassar seus
limites físicos e psicológicos para alcançar o cumprimento de
suas tarefas.
Os resultados de uma
pesquisa de 2010 da International Stress
Management Association (Isma-Br) mostram que 62% de 1000 executivos entrevistados acredita que seu stress é resultado da falta de
tempo no cotidiano. Após um dia de luta contra o relógio, não é surpresa que 81% deles sofra
com ansiedade e 78% com angústia, da mesma forma como não
surpreende que 86% deles reclame de dores musculares, já que a tensão
os acompanha da manhã até a noite. Além disso, 26% dos entrevistados ainda sofre com
problemas gastrointestinais, que podem ser consequências do stress enquanto efeito psicológico,
mas principalmente de uma má alimentação baseada em fast food, que faz os trabalhadores suprirem a falta de tempo com comidas rápidas, mas
inadequadas.
Por que, então, continuar vivendo de tal
maneira? De acordo com George Woodcock, estamos presos na “ditadura do relógio",
que nos leva a agir tal como nosso “ditador”, mecanicamente, repetindo
sempre as mesmas ações, em oposição à nossa natureza humana (WOODCOCK, 1981). O trabalhador moderno,
portanto, estaria colocando seu emprego e seus prazos acima do seu próprio
bem-estar, seja ele físico ou emocional, uma vez que “refeições feitas às
pressas, a disputa de todas as manhãs e de todas as tardes por um lugar nos
trens e nos ônibus, a tensão de trabalhar obedecendo horários, tudo isso
contribui, pelos distúrbios digestivos e nervosos que provoca, para arruinar a
saúde e encurtar a vida dos homens” (WOODCOCK, 1981). Essa sociedade
trazida pelo texto, no entanto, é a de quase 40 anos atrás, e atualmente,
como mostrado pela pesquisa da Isma-Br, estamos em um momento
muito mais crítico: o relógio, agora mais forte, vem matando
lentamente os trabalhadores, enquanto pede-os que façam tudo com
uma rapidez tão desumana que nem lhes sobre tempo para pensar neles mesmos ou
em sua saúde.
Há, contudo, aqueles que acham que tais
sacrifícios por parte do homem são necessários para a construção de uma sociedade
que devidamente funcione. Para quem acredita
que “tempo é dinheiro”, vale a pena dispensar momentos de lazer, de
sono, de alimentação e de mero descanso para lucrar e ter uma "vida
confortável", afinal, o tempo é só uma mercadoria e pode também ser
vendido. Entretanto, há algo tão reconfortante a ponto de ser pago com moeda
tão valiosa?
Sendo o tempo dinheiro ou
não, o fato é que saúde ainda não está à venda. É dever de cada um de nós,
membros da “ditadura do relógio”, nos rebelarmos a ponto de reconhecermos
nossos limites e aprendermos a respeitá-los. Dessa forma, podemos manter
a vida como um bem intrínseco e sem necessidade de compra e venda.
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