quarta-feira, 29 de junho de 2016

Memorial de Leitura

Aluno 103
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Quando pequena, recém inserida no universo literário, recebia diversas indicações de obras que eu “deveria ler” ou “precisava conhecer”. Uma dessas indicações era muito frequente, e todos ao meu redor me diziam que era uma leitura necessária para formação do meu ser. O nome da obra: O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Ouvi os conselhos, me meti na biblioteca do colégio e finalmente conheci o tão falado livro. A primeira leitura não bastou, então o reli duas vezes. Nenhuma das três experiências foi igual, por terem acontecido em diferentes etapas da minha vida.
Ao ler pela primeira vez o livro pensava o tempo inteiro comigo mesma: “quando é que vai acontecer algo grandioso?” e “quando é que eu vou aprender alguma coisa?”. As ilustrações ao longo do livro me chamavam atenção, a história eu considerava interessante e bem inusitada, mas não conseguia encontrar nada que pudesse me transformar ou ensinar. Por ser muito nova, eu ainda não tinha desenvolvido um “senso crítico” em relação ao que lia e como interpretava a história. A linguagem também me parecia um tanto difícil, uma vez que palavras como “desenha-me” e “cativar” ainda não faziam parte do meu vocabulário. Terminei o livro, mas ainda não sentia que tinha adquirido conhecimento ou sentimento relevante.
Alguns anos depois, decidi reler O Pequeno Príncipe, uma vez que estava mais velha, com uma visão diferente sobre meu mundo e novas palavras no meu vocabulário. Nesta releitura, pude compreender um pouco mais do que o autor dizia, pois já tinha aprendido a interpretar parágrafos e frases em determinados contextos.
A terceira leitura aconteceu por necessidade, mas dessa vez por estar mais madura, com um conhecimento e visão de mundo mais críticos, meu aprendizado foi completamente diferente. O vocabulário já não era mais nenhum mistério, pois por já o ter conhecido nas outras leituras e por estar nos últimos anos do colégio não tive problemas como na primeira vez. A compreensão das histórias se fez ainda melhor, pois os personagens também já eram conhecidos. Era como se eu estivesse lendo um livro novo, pois eu estava em um momento muito diferente da minha vida, com muito mais experiência e conhecimento. 

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