quarta-feira, 29 de junho de 2016

Aluno 68
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Tema: Tempo
Delimitação do tema: a natureza sociohistórica do tempo para universitários
Objetivo do texto: Identificar quais os principais fatores que prejudicam a administração do tempo na vida acadêmica
Problemas: sensação de uma falta de tempo generalizada
Hipótese: há uma má distribuição do tempo
Argumentos
è Autoridade: computador de Britton e Tessen\ Condições Pessoasis de Carelli
è Dados concretos: Trechos de twitter de estudantes universitários, depoimentos\entrevistas
è Argumento metalinguístico
Contra-argumento
è A educação básica também conta com tarefas diversificadas/ ócio da adolescência VS responsabilidades do jovem adulto.         
REFERÊNCIAS
Britton, B. K. & Tesser, A. (1991). Effects of time-management practices on college grades. Journal of Educational Psychology, 83, 405-410.
CARELLI, Maria José Guimarães  SANTOS, Acácia Aparecida Angeli dos. Condições temporais e pessoais de estudo em universitários. Psicol. Esc. Educ. (Impr.) [online]. 1998, vol.2, n.3, pp.265-278. ISSN 1413-8557.  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85571998000300006&script=sci_abstract&tlng=pt>
Ninguém administra o tempo.
            A sensação de falta de tempo talvez seja a única afirmação invariável entre os estudantes da universidade. Redes sociais como o Twitter e o Facebook vinculam todos os dias várias mensagens expressando a inquietação e falta de motivação dos jovens universitários. Uma pesquisa rápida pelo Twitter de alguns alunos da UFRGS mostrou que mensagens como: “n sei o que fazer com esse fim de semestre, socorro (sic)” chegam a ser “retweetadas” até cem vezes durante um período de três horas.
            Partindo-se do pressuposto de que a sensação de falta de tempo é um fato amplamente aceito e comentado entre os estudantes, surge então a necessidade de se entender o porquê. Acredita-se que a principal causa seja a existência de uma má administração do tempo, e não simplesmente a falta dele em si. Britton e Tesser (1991) comparam estudantes universitários a um computador que esteja com a sua cpu superlotada, porque eles têm um grande número de tarefas para processar, e essas tarefas diferem em complexidade, prioridade e prazos. Soma-se a isso ainda o que Carelli (1998) chama de Condições Pessoais para o estudo, que envolvem a locomoção até o campus, atividades domésticas, trabalho, etc.
            Numa pesquisa realizada com dez universitários do curso de Letras, seis calouros e quatro veteranos, sobre qual seria o fator mais prejudicial à administração do tempo nos estudos, a principal dificuldade citada foi o excesso de atividades e leituras diferentes restritas a prazos rígidos, concordando com Britton e Tesser. O segundo fator mais citado estava relacionado à vida pessoal dos estudantes, como a distância do campus e o fato de quer acordar muito cedo, confirmando o que foi dito por Carelli. Entre os veteranos, cansaço e desmotivação também foram citados.
             É importante ressaltar que a má administração do tempo não é um fenômeno que tem na sua origem uma culpa individual. A falta de tempo apresenta-se como um sintoma sistêmico de uma série de outros fatores sociais generalizados. Em outras palavras, ninguém sabe lidar com o tempo, nem mesmo a instituição. É comum ouvir dos professores em sala de aula que “a matéria tá atrasada” e que “vamos ter que apressar”. O próprio texto aqui escrito foi redigido e pesquisado em condições problemáticas, em colisão com uma série de outras atividades com prazos igualmente estreitos.
            Deve-se considerar que durante a educação básica os alunos também são colocados diante de atividades e leituras diversas, talvez até mais diversas que na graduação, visto que a graduação, sendo a especialização num determinado assunto, torna os objetos de estudo mais próximos e estritos. No entanto, as condições da infância e adolescência são muito diferentes das do jovem adulto na universidade. Na segunda, a vida profissional – e tudo o mais que a acompanha: necessidades básicas de sobrevivência, contas, moradia, futuro – está correlacionada com os estudos, de maneira que um depende do outro, tornando o estudo um trabalho ainda mais complexo.

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