sexta-feira, 1 de maio de 2015

A timidez saiu para passear.

Aluno 55
Reescrita


      Uma frase que costumo ouvir muito de pessoas que já falaram comigo ou mesmo de meus amigos é “Como essa guria é quieta”. Considero essa fala muito importante para definir a pessoa que hoje sou.
      Desde os meus 17 anos de vida a timidez me acompanha em todos os momentos. Pergunte a qualquer pessoa e ela dirá “A Jéssica é tímida”. Sei muito bem que isso não é nem uma particularidade, por causa das milhões de pessoas também tímidas e nem algo interessante que faça as pessoas se impressionarem. Contudo, essa característica em específico fez com que eu ganhasse uma especificidade.
      Essa especificidade surgiu em mim na primeira vez que fui goleira no handebol. Foi uma educação física normal em que eu evitava ser vista pelo professor para não precisar jogar, pois admito ser uma negação em esportes. Entretanto, naquele dia não consegui me esconder e fui chamada para jogar no gol. É óbvio que para alguém como eu, tímida, esse era o fim do mundo ao meu olhar, estava só no centro da goleira esperando alguém arremessar a bola na minha direção enquanto todos olhavam para mim colocando todo jogo em minhas mãos. Se esperava que eu me encolhesse ou saísse correndo, todos sabiam que eu além de não saber jogar, temia o simples fato de estar ali. Mas não foi isso que aconteceu. Ao parar e analisar aquela situação em segundos me perguntei “Por que não? Por que não me arriscar? Por que não pagar micos?” e então defendi o primeiro arremesso contra mim.
      A partir daquele momento comecei a jogar nas educações físicas, a sensação que eu sentia ao jogar no gol era de liberdade, de que não importa se eu defendesse ou não eu podia ser eu, era apenas eu e a bola naquele momento, independente dos gritos das colegas me xingando ou me elogiando. Então comecei a treinar no time de handebol do colégio. Me esforçava para aperfeiçoar meus talentos e batalhava para conseguir entrar para o time titular. Então entra a dúvida “Cadê a timidez?”.
     Percebi com essa experiência jogando no gol que não importa se eu tenho medo da reação das outras pessoas ou o que elas irão pensar de mim, mas o que importa é que eu consiga fazer o que gosto e amo. Por isso, cada momento que preciso agir sem a presença da timidez imagino estar na goleira, a situação é o jogo, o meu objetivo é pegar a bola.

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