Aluno 47
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Meu nome é Bianca que, em italiano, significa branco. Saber isso desde cedo, quando criança, me fazia vir à mente cores claras, hospitais e jalecos. Essa associação aliada à pressão familiar de saber desde cedo “o que você vai ser quando crescer”, possivelmente, foram responsáveis pelo início de um sonho que persegui durante 18 anos da minha vida: ser médica.
Quis, assim como todo ser humano, me destacar; entre tantas Biancas, vestida de branco, ser heroína e salvar vidas. Foram árduas batalhas de vestibulares tentando vencer exacerbados nervosismos e ansiedades que, desde sempre, me causaram problemas físicos e interpessoais. Na forma de uma idéia plantada durante quatro anos, há algum tempo, cheguei à conclusão de que existiam muitas formas de salvar vidas: poderia seguir profissionalmente a carreira de musicista e salvar algumas vidas do tédio; poderia me tornar engenheira e utilizar dos meus dons com as exatas para construir casas e salvar vidas de morarem nas ruas; quem sabe, poderia ser cientista e tentar buscar a cura para alguns males que diariamente destroem milhares de vidas. Enfim, percebi que, independente da profissão que eu escolhesse seguir, se exercesse com amor, seria bem sucedida, salvaria vidas como sempre quis e faria a diferença na vida de algumas pessoas.
Concomitantemente a este momento de mudanças de conceitos, sim, tardiamente, conheci a Letras. Foi-me encantadoramente apresentada através dos olhos de alguém que realmente ama o que faz, que me fez superar o antigo sonho da medicina, vencer as barreiras de uma troca repentina de projetos de vida e os preconceitos com a profissão.
Hoje estou no curso que amo e na universidade que queria e que me proporcionará aprendizados que certamente irão além das minhas expectativas. Poderia estar no segundo ano de faculdade, mas as dificuldades pelas quais passei, tentando seguir outro rumo, me ensinaram sobre a vida e me transformaram no que sou: uma pessoa realizada; cheia de projetos para educação; que tem com objetivo transferir aos meus futuros alunos o amor pela Letras, ensinando a eles o quão encantadora é e, se possível, inspirando para que sigam a profissão como, um dia, alguém fez por mim.
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