sexta-feira, 1 de maio de 2015

Aluno 51

Aluno 51
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Gosto que me chamem pelo nome. Não tenha nada contra apelidos, apenas gosto do meu nome. E acho importante gostar. O nosso nome carrega consigo um peso gigante nas costas, que nós muitas vezes não percebemos. Remete a nossa personalidade para os que nos conhecem, e as nossas características físicas, e muitas vezes banais, para os desconhecidos. Como por exemplo aqui. Para vocês, Carina não passa de uma menina, de estatura baixa, negra, comum. E podemos parar por ai.
Pois digo que não podemos. Sou total e extremamente transparente. Não escondo o que sinto o que quero e o que vejo. Muito mais por não conseguir do que por não querer. A transparência pode muitas vezes ser uma característica excelente. Demonstrar o quer que seja da forma mais sincera possível faz com que todos te conheçam bem, até mesmo aqueles que não te conhecem. Quando se esta triste, por outro lado, os questionamentos serão constantes. O que houve? Esta tudo bem? Por que essa cara? Saibam que detesto responder perguntas.
Junto com a minha transparência, levo a vida devagar, sem pressa nenhuma de viver. Amo quem sou, mas ainda não estou 100% satisfeita comigo. Gostaria de ser mais extrovertida, espontânea, até mesmo impulsiva. Sorte dos que são na medida certa, eles nunca saem a perder. Gosto de fazer novas amizades, não mais do que gosto de manter as antigas. Opto pelo silêncio, sempre. Dizem que é mais sábio do que muitas palavras.
Não acredito em tempo perdido, muito menos em acaso. Todavia não discuto com o destino, apenas o aceito. Como toda pessoa transparente preciso chorar os meus sentimentos. Sou movida a eles e não consigo mantê-los aqui dentro. Choro de alegria, de tristeza, de cansaço. E encontro nesse momento uma fuga da rotina, algo que todos deveríamos ter.
E assim me limito a essas poucas, porém verdadeiras palavras. Sem mentiras, sem pressa, mas com defeitos. Como qualquer um de nós.

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