quinta-feira, 9 de junho de 2016

Uma das pessoas que aguardam o ônibus

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Aluno 67

Meu professor de Geografia costumava dizer que seus melhores estudos de antropologia aconteciam quando sentava num banco da rodoviária de Porto Alegre e observava. De fato, o que se vê são muitas pessoas, dos mais variados tipos. O que não se enxerga é o mundo inteiro de experiências e histórias que carregam consigo, que poderiam ser o enredo de um livro que conquiste leitores ou o roteiro de um filme que lote salas de cinema. Pretendo, aqui, falar um pouco sobre meu mundo.
Foi próximo a uma parada de ônibus, dessas que circulam várias pessoas e suas histórias, que nasci. Não, não foi um acidente de percurso que me fez nascer ali mesmo, vim ao mundo num quarto do hospital da PUC, em Porto Alegre. Logo fui morar em Punta del Este, próxima a minha família paterna, mas meu aniversário de 1 ano já foi comemorado em Garibaldi, na serra gaúcha, onde vivi por 17 anos.
Cresci naquela cidade silenciosa, rodeada pelos livros da biblioteca que minha mãe gere até hoje. Foi ali também que aprendi tudo que sei e criei minha personalidade, a apresentaria da seguinte forma: sou sentimental, acredito muito nas pessoas e prefiro ouvir suas aflições do que falar sobre as minhas. Aos amantes da astrologia, diria apenas que sou pisciana, com ascendente em escorpião.
Voltei para Porto Alegre depois um trajeto de indecisões. Na pré-adolescência quis ser publicitária, psicóloga, assistente social, professora. Aí parei de pensar nas opções com medo de que surgissem outras e por perceber que nada tiraria de mim a ânsia de trabalhar com educação. Enfim, decidi cursar Letras, e aqui estou. Provavelmente cheguei com um 343, ou D43 que aguardei naquela parada em frente ao hospital que nasci e que hoje, coincidentemente, espero diariamente o ônibus, eu e as outras várias pessoas e suas histórias.

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