quarta-feira, 30 de abril de 2014

Apresentação

Reescrita
Por Aluno 30


A maioria das pessoas desde a infância sabem o que “querem ser quando crescerem”, elas até podem mudar de ideia ao longo do caminho, mas a maioria das pessoa de um jeito ou de outro sabe o que quer fazer de faculdade e com o que quer trabalhar porém quando eu era criança só pensava em ser princesa da Disney. Saber o que queria fazer da vida sempre foi um mistério pra mim e foi no ensino médio que não saber se tornou um problema sério.
As minhas idéias de cursos para fazer na faculdade estavam sempre em mudança indo e voltado, com exceção de um curso que estava sempre ali vendo os outros cursos chegarem e partirem como os ônibus da parada em frente ao shopping que ficava o cursinho. Aliás, eu era aquela aluna no cursinho pré-vestibular que até o meio do ano estava ali sem saber porque, que estudava todos os dias, que acordava e dormia cedo, que acordava cedo até aos sábados para aulas extras sem saber porque, sem saber para quê.
Este curso que ficava de espectador dessa parada de ônibus que nunca parava até era legal, eu gostava de me imaginar nele, mas ele, coitado, sempre foi vítima da minha negação. Não que eu quisesse realmente fazer outro curso, mas queria muito querer fazer outra coisa. Entende?
Eu não tinha muito apoio: de um lado era meu pai dizendo “tu és tão inteligente, por que não faz direito?” do outro as pessoas que diziam “quer morrer de fome?” e ainda tinha os colegas que perguntavam “por que tu faz cursinho para isso? É um curso tão fácil de passar. O meu é bem mais difícil, tu não tem porque se preocupar” mas eu tinha porque me  preocupar, primeiro porque eu ainda não tinha assumido pra mim mesma o meu curso e segundo porque se eu não passasse no vestibular mesmo depois de um ano de cursinho eu teria um problema sério com meus pais.
Apesar da minha trajetória de negação ser repleta dessas pessoas que me colocavam para baixo eu encontrei, também, pessoas que me fizeram aceitar. A primeira, que conheci, dessas pessoas foi a minha professora Marcia Marques, do ensino médio, ela é incrível, é a maior responsável por eu estar no curso que estou, foi ela quem me apoio nos meus momentos de crise (antes de inscrições para vestibulares em que eu tenha que selecionar meu curso e surtava por causa disso), foi ela e meu amor por ela me fez querer seguir seu exemplo. No cursinho pré-vestibular tive outro professor maravilhoso que quando soube o curso que eu pretendia fazer passou a me chamar de “colega”, e ser considerada colega daquele mestre me fazia sentir incrível. Também no cursinho encontrei mais uma diva, a professora Tati que me disse frases que ecoaram na minha cabeça e que foram decisivas para completar a minha aceitação, frases como “ótima ideia, baseia teus argumentos pela literatura porque isso tu sabe, e muito” ou como “mas Morgana, isso é porque nós somos mulheres da literatura”.
Depois dessa frase e de como ela brilhou dentro de mim não tinha como negar...
Prazer, meu nome é Aluno 30, eu faço licenciatura em letras na Universidade Federal do Rio Grade do Sul e eu sou uma mulher da literatura. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário