Reescrita
Por Aluno 26
Quando criança, minha única certeza
era que não queria ser professora. Passei toda a minha existência a ver o
trabalho que minha mãe passava dando aula para suas centenas de alunos e
sentada à escrivaninha a corrigir provas e elaborar aulas madrugada adentro. A
única coisa que conseguia pensar era: não quero isso para mim. Não mesmo.
Entretanto, criei-me no meio de minha
mãe e minhas tias que sempre trabalharam voltadas para o meio das relações
humanas: uma pedagoga, a outra assistente social. Seria estranho se, com tais
influências, eu não fosse interessada e inclinada para essa área. Cresci
ganhando livros de presente da família e vivia pedindo mais e mais deles, visto
que continham histórias muito bonitas e criativas, como o incansável “As cores
de Laurinha”, de Pedro Bandeira. Já uma leitora assídua de literatura
infanto-juvenil aos 12 anos, encontrei-me também uma admiradora da língua
portuguesa com todos os seus sujeitos e predicados tão trabalhados nas aulas da
quinta série.
Sempre tive dúvidas sobre o que cursar
na faculdade, mesmo depois de ingressar no Ensino Médio. Quando me encontrava
com 13 anos, minha mãe tentou me influenciar a fazer Engenharia Civil.
Entretanto, desisti logo após descobrir que necessitaria saber matemática para
poder cursar. Independente de qual fosse minha futura profissão, já tinha em
mente que teria que ter muita leitura e muita escrita. Sendo assim, a primeira
opção era o Direito, visto que minhas matérias preferidas sempre foram História
e Português.
Observem que em nenhum momento a
licenciatura foi uma opção. No entanto, quando fiz vestibular pela primeira
vez, obedeci a um instinto que me dizia que “sim, o que tu queres é dar aulas”
e me inscrevi secretamente para Letras. Não poderia ir contra o meu destino.
Felizmente, fiz a escolha correta e acredito não ter modo melhor de me
apresentar do que este: Luiza, Licencianda em Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário