Reescrita
Por Aluno 17
É clichê dizer o quanto é difícil escrever sobre nós mesmos, mas como eu
sou
clichê (e isso
já conta como uma das coisas que me definem) eu direi: é extremamente difícil
me descrever. Quando digo que sou clichê, me refiro à "frases
feitas", clássicos já estabelecidos, bandas consagradas, gosto dessas
coisas, assim como de filmes para chorar, estórias piegas. São as coisas comuns
e batidas que eu acho bonitas.
Nunca parei pra pensar em algo que me diferencie dos demais, e provavelmente
minha ideia de
“diferente” seria a mesma de outras tantas pessoas. É praticamente impossível
se ter uma característica única. E nessa divagação, acabei com a opinião de que
eu não preciso de algo que me faça diferente, ou especial. Também é legal ser
“normal”.
Então, eu, uma pessoa normal, simplesmente comum e genuinamente clichê,
falarei sobre mim através do que gosto, porque em minha opinião é isso o que
nos torna pessoas “diferentes” ou “comuns”.
Eu estou para a música como Romeu está para Julieta. Diria até que minha
vida dança conforme a música. A música me acompanha sempre. E eu sei que isso é
muito comum também, gostar tanto de música. Mas existe uma razão para as coisas
serem comuns. Afinal é por elas serem tao boas que fazem tanto sucesso.
Sempre tem uma música certa para cada momento do meu dia, pra cada humor
e pra cada fase da vida. E eu tenho certeza de que quem não é assim, é porque
nunca foi apresentado a sua música. Porque eu sei que todos têm uma música. Às
vezes a trilha sonora é um gênero, às vezes uma banda, um álbum inteiro ou uma
única faixa. Ou então uma música qualquer que não se sabe quem a compôs ou
interpreta. De alguma forma todos têm uma música.
Eu admito que tenho meus gêneros, como Grunge, Folk, Indie e Rock
Progressivo. Tenho minhas bandas, como Beatles, Los Hermanos, Pearl Jam,
Creedence, Radiohead... Meus cantores, como Raul Seixas, Johnny Cash, Rodrigo
Amarante, Bon Iver... Meus álbuns, como Let it be dos Beatles, Ventura do Los
Hermanos e People Hell and Angels do Jimi Hendrix... Minha faixa especial como
Skinny Love do Bon Iver. E também uma música que ouvi e na hora soube que era
minha, não conheço o cantor, mas já encontrei o nome da canção, é: True Love
Will Find You in The End.
Eu tenho também a minha música, a que é única, muito mais minha do que
todas as outras, ela é clichê como eu, tenho certeza que muitas outras pessoas
pensam ser donas dela também. Mas não me importo, ela continua sendo minha
música, e vai dizer mais alguma coisa sobre mim, ela é do Los Hermanos e o nome
dela é “Quem é mais sentimental que eu?” com ponto de interrogação no final,
uma pergunta, mas retórica. E a música é praticamente isso, óbvio que ela é
muito mais do que o título, mas eu também sou muito mais que um texto sobre mim
escrito por mim. Mas essas coisas, por mais que tentemos explicar, vão além de
uma mera definição.
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