Reescrita
Por Aluno 42
Ao começar escrever este texto, confesso ter ficado
um tanto quanto perplexa, pois após ter rascunhado algumas folhas, deparei- me
com a seguinte conclusão: produzir um texto apresentando a si mesmo não é uma tarefa
tão fácil!
Foi então que decidi compartilhar com vocês um pouco
da minha trajetória estudantil em busca da formação superior, o que devido a
tantas dificuldades tornou-se fator primordial na minha vida. No intento deste
meu objetivo, em meio a culturas e regiões diversificadas, estou realizando meu
sonho, embora afirme que passei por situações no mínimo bizarras. Sou Valdiléia
Gonçalves, mãe, esposa, estudante de letras e futura professora e irei dispor
de maneira breve e clara minha trajetória em busca da formação acadêmica.
Iniciei esse percurso estudantil aos dezessete anos,
na UFMS- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, cursando Ciências
Contábeis à noite e sendo mãe em período integral. Isso mesmo! Fui mãe ainda na
adolescência, quando ainda poderia ou deveria estar indo à danceterias com
minhas amigas. Meu filho hoje com quinze anos, é fruto de um casamento que não
durou muito, por diversos motivos, como por exemplo, a falta de maturidade de
dois jovens adolescentes. Pois bem, um ano após iniciar a faculdade, mudei-me
para São Paulo, pelo desejo febril dos jovens, de conhecer lugares e pessoas
novas. Como meu filhote havia ficado aos cuidados das avós, para mim, era como
se estivesse saindo de férias. E assim o fiz. Morei em São Paulo cerca de um
ano indo em seguida para Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Em Campo Grande, optei por trabalhar para melhor
poder sustentar e educar o meu filho, deixando a faculdade em segundo plano.
Somente alguns anos depois, já concursada e estabilizada, decidi voltar a estudar,
quando então prestei vestibular novamente, mas desta vez para o curso de Letras
na UEMS- Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.
Neste meio tempo, casei- me com um
militar e, como consequência, um ano depois estava de malas prontas rumo ao
desconhecido, ou mais precisamente, Belém, estado do Pará. Porém, para continuar
estudando, precisei aguardar os trâmites necessários para garantia da vaga na
UFPA- Universidade Federal do Pará, por ser oriunda de outra instituição
pública e casada com militar. Obviamente, nem tudo foi um mar de rosas, um ano de estudos foram perdidos devido às tais formalidades
administrativas com as quais me deparei. E nesse um ano de espera, acabei por
estar esperando, além da vaga na UFPA, um bebê. Engravidei do meu segundo filho
nessa época. Voltei a estudar no dia 27/08/2011 e meu filho nasceu poucos dias
depois, em 07/09/2011. E agora? Tranco a faculdade? Desisto depois de tanta
espera?
Não foi o que fiz. Com ajuda de professores
e colegas, estive ciente de tudo o que acontecia nas aulas, através de e-mails,
redes sociais e telefonemas. Os professores mandavam trabalhos, os quais eram
feitos em casa, até que eu me reabilitei fisicamente para freqüentar as aulas.
Por fim recomecei o curso, mas como se não bastassem
tantos obstáculos, já no ano de 2012, as Universidades Federais do país
iniciaram uma longa greve. E quando tudo voltou à devida normalidade, mais uma
vez era hora de partir. Desta vez a partida foi para Porto Alegre, onde me
encontro a pouco mais de um ano e onde estou sendo bastante feliz. Recomecei
mais uma vez a incessante tarefa na busca de uma realização, que é concluir
este curso desejado e sonhado por tanto tempo.
Não sei quanto tempo estarei por aqui, mas tenho
certeza que da mesma maneira que em Corumbá, Campo Grande, São Paulo e Belém,
pessoas maravilhosas, ou melhor, gaúchos maravilhosos ficarão guardados
eternamente no meu coração. Espero que ao longo do meu texto, vocês tenham
entendido um pouco mais sobre mim, bem como da odisseia da minha trajetória
para estar aqui hoje.
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