sábado, 26 de abril de 2014

Quem é você?

1ª Versão
Por Aluno 11

Aos vinte e um dias do mês de agosto, às 5h15 de uma fria manhã do ano de 1994, nasce na região metropolitana de Porto Alegre, em Guaíba, um garoto saudável, em perfeito estado, de bela feição, rechonchudo e até então, sem nome. O recém-nascido, fruto do amor entre um músico profissional e uma fã de boa música, foi batizado pelo pai, após dois dias como “João ninguém”, com o nome de Filipi, assim mesmo, cheio de “is”!
Os anos passaram e o garoto Filipi desenvolvia-se perfeitamente, e embora apresentasse entraves na fala, tinha muitos amigos e conversava bastante, mostrando-se muito ativo e comunicativo. Aos cinco anos iniciou seus estudos na rede pública de ensino, sendo bom aluno, de boas notas, fato que se repetiu ao longo de todo o ensino fundamental. Os Janeiros continuaram a passar e a adolescência veio chegando, formando um jovem apaixonado, em porções igualmente profundas, por futebol e por música. Paralelo aos estudos do ensino fundamental, nosso pré-adolescente toma aulas de futebol com um ídolo, o ex-jogador com passagens pelo S. C. Internacional, Escurinho. Todavia, após dois anos de classes com a bola, acabou substituindo uma paixão pela outra, dando mais importância assim à música.
Aos quatorze anos, começou a aprender o seu primeiro instrumento com o pai, o violão. Entre muitas desistências e retomadas, o agora já adolescente Filipi, dedica-se ao instrumento rigorosamente, com disciplina e buscando tornar-se o melhor instrumentista possível.
A vida escolar do garoto era levada de forma descompromissada, embora nunca tivesse reprovado, os estudos não eram a prioridade na vida do jovem de já dezesseis anos. A cobrança dos pais era grande com relação aos estudos, mas o sagaz jovem driblava os sermões da família, tirando uma ou outra boa nota na escola.
Contudo, o aprendizado musical ia de vento em popa, chegando a dominar seis instrumentos distintos, gravando e ganhando prêmios na escola, indicando que a carreira musical seria a melhor escolha para o menino, porém a ele não interessava viver da música, mas sim apenas “curti-la”.
Um ano mais se passa e o derradeiro momento de escolher a profissão chega, trazendo consigo grandes dúvidas e aflições sobre o tempo futuro. Decide então, o nosso jovem Filipi, encorajado pelos pais, fortemente influenciados pelo tio, a iniciar um curso técnico em informática. Fez a prova de admissão, foi aprovado e não compareceu a sequer uma aula, pois realmente não queria aquilo como profissão para o resto da vida. Uma vez que estivera ministrando aulas de música, na igreja em que seu avô é pastor, tomou gosto pela carreira docente e decidiu-se em tornar-se professor.
Tomada a decisão, aos dezessete anos o jovem Filipi presta vestibular para o curso de História, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas não é selecionado e assim ocorre no ano seguinte. Sem perder a fé, Filipi reflete e toma conta de que estivera escolhendo errado o curso que tinha pretensão e que reprovar no vestibular prestado para história, duas vezes, teria sido bom, pois lhe daria a chance de escolher aquilo que melhor tinha conhecimento depois da música, a língua portuguesa. Determinado a ingressar no curso de Letras, o jovem se prepara ao longo do ano e consegue a desejada aprovação na universidade federal.
Jovem de dezenove anos, de família simples, grato a Deus por tudo o que vivera até aqui, pelas derrotas que lhe forneceram subsídios para tornar-se maduro e pelas vitórias que trouxeram grande regozijo em tempos difíceis, Filipi hoje namora com uma amiga de infância, com ela pretende casar-se daqui uns bons anos, e certamente vive a melhor fase de sua vida.
Como de tudo isso eu sei? Muito simples! Eu sou aquela criança rechonchuda, eu sou este adolescente, este jovem. Sou aquele que nunca perdeu a fé no Criador e que não teve medo de tentar fazer aquilo que queria, eu sou feliz, eu sou o Filipi. E você, quem é?

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