Reescrita
Por Aluno 11
A
música fez e se faz tão presente na minha vida quanto o ar que eu respiro. É
uma paixão arrebatadora que me acometeu logo que me dispus a ouvi-la, ainda
muito cedo, aos cinco anos, e que me acompanha até então. A paixão e o respeito
são tão grandes que tenho a sensação de que ela, a música, pode expressar com
exatidão todo e qualquer sentimento humano, seja ele qual for.
Essa
relação com a música vem de berço, uma vez que, minha mãe é vocalista que
“arranha” algumas notas no violão e meu pai um músico multi-instrumentista que
viria a ensinar-me boa parte daquilo que sei sobre música como um todo. Fui
constantemente exposto a músicas de variados tipos, ritmos, progressões e
nacionalidades. No carro, com meu pai, escutávamos “The Beatles”; limpando a
casa, com minha mãe, escutávamos “Marisa Monte”; nos finais de semana, na casa
do meu tio, escutávamos “Rush” e “Led Zeppelin”; com meus avós escutávamos
“Mano Lima”, e assim fui crescendo, ouvindo e amando tudo o que ouvia. Aos
treze anos comecei a desenvolver uma espécie de “personalidade musical”,
permeada de muito Blues e Rock’n Roll, tendo uma preferência e um amor todo
especial pela banda “The Beatles”, mas também apresentando resquícios da paixão
pela música tradicionalista regional do Rio Grande do Sul, fruto do meio ao
qual fui exposto constantemente.
Nessa
época, aprender a tocar um instrumente musical, seja ele qual fosse, era o
principal objetivo da minha vida. Adorava todos os instrumentos, e à medida que
ia tomando conhecimento de novos minha paixão só aumentava. Embora gostasse de
todos, a bateria se destacava entre os demais, uma vez que meu músico preferido
era, e ainda é, Ringo Starr, ex-bateirista da banda “The Beatles”. Decidi, aos
treze, tornar-me baterista, porém minha mãe disse que “Bateria faz muito
barulho, vou te dar um violão.”. Comecei então, já que não tinha muitas
escolhas, a aprender meu primeiro instrumento musical, o violão. Comprava
revistas ilustradas com acordes, letras e cifras das músicas, e com uma
ajudinha dos “pais professores” logo sabia duas ou três músicas pela metade.
Não tive muita facilidade em aprender o instrumento, desisti várias vezes, mas
sempre que desistia, a vontade de fazer a música acontecer era maior e eu
sempre retomava os estudos musicais. Após dois anos de violão, com quinze anos,
passei a dominar meu primeiro instrumento, e o interesse em aprender outros
começava a aflorar-se em mim. Assim, passei a me dedicar à guitarra e logo já
tocava tão bem quanto o violão. Daí em diante as coisas começaram a ficar mais
fáceis em termos musicais, pois já sabia a teoria musical válida para todos os
instrumentos melódicos, bastava aplicá-la. Havia, na igreja em que meu avô é
pastor, um piano horizontal, largo, alto, imponente, de oitenta e oito teclas,
e logo pensei: “Por que não tentar?”. Sentei-me ao piano, e embasado nos
subsídios musicais já obtidos, toquei meus primeiros acordes ali, e em questão
de cinco meses tornei-me pianista. A igreja adquiriu um novo set de bateria,
cheio de pratos e muito convidativo a um músico compulsivo. Já que estivera bem
longe dos ouvidos de minha mãe, dei minhas primeiras “baquetadas”, e após
analisar meticulosamente as músicas, seus andamentos, batidas e compassos,
tornei-me baterista em questão de poucos meses, assim como fora com o piano. A
compulsão musical não parou, ainda aprendi a tocar contrabaixo, Ukelele
(instrumento havaiano de quatro cordas, semelhante ao cavaco) e gaita-ponto,
processo que ainda está em andamento, totalizando seis instrumentos dominados e
um em curso de desenvolvimento.
Por
fim, como bom musico compulsivo, não pretendo parar o aprendizado musical,
visando sempre o desenvolvimento e o aprimoramento nos instrumentos. Sendo
assim, continuarei a alimentar, enquanto for capaz, esse saudável vício
hereditário.
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