sábado, 26 de abril de 2014

Vício Hereditário

Reescrita
Por Aluno 11

A música fez e se faz tão presente na minha vida quanto o ar que eu respiro. É uma paixão arrebatadora que me acometeu logo que me dispus a ouvi-la, ainda muito cedo, aos cinco anos, e que me acompanha até então. A paixão e o respeito são tão grandes que tenho a sensação de que ela, a música, pode expressar com exatidão todo e qualquer sentimento humano, seja ele qual for.
Essa relação com a música vem de berço, uma vez que, minha mãe é vocalista que “arranha” algumas notas no violão e meu pai um músico multi-instrumentista que viria a ensinar-me boa parte daquilo que sei sobre música como um todo. Fui constantemente exposto a músicas de variados tipos, ritmos, progressões e nacionalidades. No carro, com meu pai, escutávamos “The Beatles”; limpando a casa, com minha mãe, escutávamos “Marisa Monte”; nos finais de semana, na casa do meu tio, escutávamos “Rush” e “Led Zeppelin”; com meus avós escutávamos “Mano Lima”, e assim fui crescendo, ouvindo e amando tudo o que ouvia. Aos treze anos comecei a desenvolver uma espécie de “personalidade musical”, permeada de muito Blues e Rock’n Roll, tendo uma preferência e um amor todo especial pela banda “The Beatles”, mas também apresentando resquícios da paixão pela música tradicionalista regional do Rio Grande do Sul, fruto do meio ao qual fui exposto constantemente.
Nessa época, aprender a tocar um instrumente musical, seja ele qual fosse, era o principal objetivo da minha vida. Adorava todos os instrumentos, e à medida que ia tomando conhecimento de novos minha paixão só aumentava. Embora gostasse de todos, a bateria se destacava entre os demais, uma vez que meu músico preferido era, e ainda é, Ringo Starr, ex-bateirista da banda “The Beatles”. Decidi, aos treze, tornar-me baterista, porém minha mãe disse que “Bateria faz muito barulho, vou te dar um violão.”. Comecei então, já que não tinha muitas escolhas, a aprender meu primeiro instrumento musical, o violão. Comprava revistas ilustradas com acordes, letras e cifras das músicas, e com uma ajudinha dos “pais professores” logo sabia duas ou três músicas pela metade. Não tive muita facilidade em aprender o instrumento, desisti várias vezes, mas sempre que desistia, a vontade de fazer a música acontecer era maior e eu sempre retomava os estudos musicais. Após dois anos de violão, com quinze anos, passei a dominar meu primeiro instrumento, e o interesse em aprender outros começava a aflorar-se em mim. Assim, passei a me dedicar à guitarra e logo já tocava tão bem quanto o violão. Daí em diante as coisas começaram a ficar mais fáceis em termos musicais, pois já sabia a teoria musical válida para todos os instrumentos melódicos, bastava aplicá-la. Havia, na igreja em que meu avô é pastor, um piano horizontal, largo, alto, imponente, de oitenta e oito teclas, e logo pensei: “Por que não tentar?”. Sentei-me ao piano, e embasado nos subsídios musicais já obtidos, toquei meus primeiros acordes ali, e em questão de cinco meses tornei-me pianista. A igreja adquiriu um novo set de bateria, cheio de pratos e muito convidativo a um músico compulsivo. Já que estivera bem longe dos ouvidos de minha mãe, dei minhas primeiras “baquetadas”, e após analisar meticulosamente as músicas, seus andamentos, batidas e compassos, tornei-me baterista em questão de poucos meses, assim como fora com o piano. A compulsão musical não parou, ainda aprendi a tocar contrabaixo, Ukelele (instrumento havaiano de quatro cordas, semelhante ao cavaco) e gaita-ponto, processo que ainda está em andamento, totalizando seis instrumentos dominados e um em curso de desenvolvimento.
Por fim, como bom musico compulsivo, não pretendo parar o aprendizado musical, visando sempre o desenvolvimento e o aprimoramento nos instrumentos. Sendo assim, continuarei a alimentar, enquanto for capaz, esse saudável vício hereditário.

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