sexta-feira, 25 de abril de 2014

“Coral, tudo de cor pra você”

1ª Versão
Por Aluno 13


4 dias, 3 horas, 27 minutos e muitas idas à praia para buscar inspiração – e alguns “gatinhos” também. Esse foi o tempo que levei para descobrir como deveria redigir este texto – e descobrir, também, que eu não consigo “pegar uma cor”. Engraçado, porque algumas pessoas demoram a vida inteira para realizar tal descoberta – a de definir a personalidade, não a do bronzeamento – então, talvez eu seja genial, porém, o mais provável é que, possivelmente, eu não tenha me descoberto, de fato. Enfim. Farei, então, uma breve narrativa do que pude perceber enquanto filosofava em minha “canga” colorida, visto que, talvez, ainda não saiba como me apresentar de maneira mais decente e apropriada.
Minha crise existencial começou em uma manhã tão ensolarada como a embalagem do Ouro Branco. O céu de brigadeiro e o mar cor-de-chocolate – assim como em qualquer praia do litoral gaúcho – constroem o cenário perfeito para o meu “retiro espiritual” – e instigam o meu desejo por doces. Enquanto eu, reles mortal, nesse dia fatídico, tentava decifrar todos os mistérios da minha insignificante existência, respondendo a perguntas como “quem sou”, “de onde vim” e “pra onde vou”, encontrei, finalmente, uma das minha qualidades que julguei válida expor.
Cor, eu sou cor. Veja bem, eu não disse “eu gosto de cores” e nem “eu conheço as cores”, e sim “eu sou cor”. Eu vejo o mundo em cores. Analogicamente – e eu nem sei se essa palavra existe – é como se eu dissesse que eu sou multifacetária – e aí está outra palavra q eu não sei se existe. Posso estar alegre como um laranja-cone-de-trânsito ou triste como o magenta fosco que usaram para pintar o prédio ao lado do meu. Ou até melancólica como aquele mar que me contemplava enquanto eu tentava me definir.
“A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina que transmitem impressões para o sistema nervoso através de um nervo óptico. Considerando as cores como luzes, então, a cor branca é o resultado da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência da luz”. Posso dizer que, de uma maneira geral, eu consigo ME explicar utilizando esse vocábulo: cor. Mas, na verdade, todos somos um pouco de cor. Somos o branco, todas as cores e amáveis. Somos o preto, a falta de cores e inseguros. E mais: podemos pintar preto ou pintar branco em uma mesma tela conforme nos convêm e transformarmos essa mistura em um belo quadro.
Afinal, se todos somos cores, o que me torna especial? O que eu descobri na praia que me defini? Calma, estou chegando lá. “Na realidade trabalha-se com poucas cores. O que dá a ilusão do seu número é serem postas no seu justo lugar”, uma frase sábia atribuída à Pablo Picasso. É assim que me explico. Posso dizer que aquilo que me torna diferente é o dom de pôr as cores no seus devidos lugares. Com o meu pincel e uma paleta só minha, pinto o mundo como o vejo e o vejo de maneira diferente.
“Tudo de cor” para todos vocês.

Obrigada.

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