1ª Versão
Por Aluno 13
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dias, 3 horas, 27 minutos e muitas idas à praia para buscar inspiração – e
alguns “gatinhos” também. Esse foi o tempo que levei para descobrir como
deveria redigir este texto – e descobrir, também, que eu não consigo “pegar uma
cor”. Engraçado, porque algumas pessoas demoram a vida inteira para realizar
tal descoberta – a de definir a personalidade, não a do bronzeamento – então, talvez
eu seja genial, porém, o mais provável é que, possivelmente, eu não tenha me
descoberto, de fato. Enfim. Farei, então, uma breve narrativa do que pude
perceber enquanto filosofava em minha “canga” colorida, visto que, talvez,
ainda não saiba como me apresentar de maneira mais decente e apropriada.
Minha
crise existencial começou em uma manhã tão ensolarada como a embalagem do Ouro
Branco. O céu de brigadeiro e o mar cor-de-chocolate – assim como em qualquer
praia do litoral gaúcho – constroem o cenário perfeito para o meu “retiro
espiritual” – e instigam o meu desejo por doces. Enquanto eu, reles mortal, nesse
dia fatídico, tentava decifrar todos os mistérios da minha insignificante
existência, respondendo a perguntas como “quem sou”, “de onde vim” e “pra onde
vou”, encontrei, finalmente, uma das minha qualidades que julguei válida expor.
Cor,
eu sou cor. Veja bem, eu não disse “eu gosto de cores” e nem “eu conheço as
cores”, e sim “eu sou cor”. Eu vejo o mundo em cores. Analogicamente – e eu nem
sei se essa palavra existe – é como se eu dissesse que eu sou multifacetária – e
aí está outra palavra q eu não sei se existe. Posso estar alegre como um
laranja-cone-de-trânsito ou triste como o magenta fosco que usaram para pintar
o prédio ao lado do meu. Ou até melancólica como aquele mar que me contemplava
enquanto eu tentava me definir.
“A
cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre
células especializadas da retina que transmitem impressões para o sistema
nervoso através de um nervo óptico. Considerando as cores como luzes, então, a
cor branca é o resultado da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é
a ausência da luz”. Posso dizer que, de uma maneira geral, eu consigo ME
explicar utilizando esse vocábulo: cor. Mas, na verdade, todos somos um pouco
de cor. Somos o branco, todas as cores e amáveis. Somos o preto, a falta de
cores e inseguros. E mais: podemos pintar preto ou pintar branco em uma mesma
tela conforme nos convêm e transformarmos essa mistura em um belo quadro.
Afinal,
se todos somos cores, o que me torna especial? O que eu descobri na praia que
me defini? Calma, estou chegando lá. “Na realidade trabalha-se com poucas
cores. O que dá a ilusão do seu número é serem postas no seu justo lugar”, uma
frase sábia atribuída à Pablo Picasso. É assim que me explico. Posso dizer que
aquilo que me torna diferente é o dom de pôr as cores no seus devidos lugares.
Com o meu pincel e uma paleta só minha, pinto o mundo como o vejo e o vejo de
maneira diferente.
“Tudo
de cor” para todos vocês.
Obrigada.
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