1ª Versão
Por Aluno 12
O ser
é algo que, embora a princípio possa parecer simples, revela-se muito subjetivo
quando tomamos um momento para refletir sobre ele. Claro, sabemos a cor de
nossos cabelos, nossos interesses e o nome com o qual fomos batizados – essa é
a parte fácil de descrever e, ao mesmo tempo, a que menos traduz o que somos.
Características como essas, unidimensionais, não dão conta de traduzir
todos os seres e não-seres que definem
nossas personalidades.
Talvez tenha sido a busca por uma
única definição para o que eu era que guiou-me até a pessoa que acabei por me
tornar. Queria encontrar-me quando criança, e assim procurava nos
contos-de-fada, nas histórias de heróis. Como brincadeira costumava reinventar
as histórias e as encenar, para que a fantasia ficasse mais próxima de mim, e
ela, mais parecida com o mundo à minha volta.
Embora já não brincasse mais, alguns
anos depois, ainda assim eu me procurava na Literatura. Segurava os livros
diante dos olhos como quem se mira em um espelho e neles via refletidos apenas
alguns traços meus: os belos, os valentes e também os sombrios. Desenvolvi
certo fascínio – quase como Narciso ao ver sua imagem no lago – em observar meu
reflexo nas páginas impressas dos livros.
Descobri-me por momentos frustrada,
sem saber como era possível existir de tantas maneiras diferentes, com tantas
faces e aspectos. Encontrei-me em Ofélia, Julieta e Catarina, em Helena e
Cassandra de Tróia, em Guinevere e na fada Morgana de Avalon. Vi-me nas rainhas
(reais ou imaginárias), nas suplicantes e nas feiticeiras.
Sempre fui muitas coisas, e portanto,
nenhuma delas em específico. Em meio a essa busca, percebi que sou um ser
errante, alguém em constante busca. Sou, na verdade, um ser literário – preciso
destas histórias para montar a minha.
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