sexta-feira, 25 de abril de 2014

O Ser e o Não-ser



1ª Versão
Por Aluno 12

          O ser é algo que, embora a princípio possa parecer simples, revela-se muito subjetivo quando tomamos um momento para refletir sobre ele. Claro, sabemos a cor de nossos cabelos, nossos interesses e o nome com o qual fomos batizados – essa é a parte fácil de descrever e, ao mesmo tempo, a que menos traduz o que somos. Características como essas, unidimensionais, não dão conta de traduzir todos  os seres e não-seres que definem nossas personalidades.
          Talvez tenha sido a busca por uma única definição para o que eu era que guiou-me até a pessoa que acabei por me tornar. Queria encontrar-me quando criança, e assim procurava nos contos-de-fada, nas histórias de heróis. Como brincadeira costumava reinventar as histórias e as encenar, para que a fantasia ficasse mais próxima de mim, e ela, mais parecida com o mundo à minha volta.
          Embora já não brincasse mais, alguns anos depois, ainda assim eu me procurava na Literatura. Segurava os livros diante dos olhos como quem se mira em um espelho e neles via refletidos apenas alguns traços meus: os belos, os valentes e também os sombrios. Desenvolvi certo fascínio – quase como Narciso ao ver sua imagem no lago – em observar meu reflexo nas páginas impressas dos livros.
          Descobri-me por momentos frustrada, sem saber como era possível existir de tantas maneiras diferentes, com tantas faces e aspectos. Encontrei-me em Ofélia, Julieta e Catarina, em Helena e Cassandra de Tróia, em Guinevere e na fada Morgana de Avalon. Vi-me nas rainhas (reais ou imaginárias), nas suplicantes e nas feiticeiras.
          Sempre fui muitas coisas, e portanto, nenhuma delas em específico. Em meio a essa busca, percebi que sou um ser errante, alguém em constante busca. Sou, na verdade, um ser literário – preciso destas histórias para montar a minha.

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