quinta-feira, 9 de junho de 2016

A fazenda de um animal só

Aluno 66
Reescrita


O barulho infernal do despertador já deu o seu sinal, é hora de se jogar para fora da cama, como se empurra um colchão escada a baixo. Já em pé visto uma combinação de roupa bem manjada e enquanto me movimento de um lado para o outro, correndo contra o relógio, ele começa a gritar.
Esta com fome como sempre, passou a noite toda se revirando e fazendo bagunça. Faço um sinal para que ele espere mais um pouco, “já vou te limpar!” é a mesma coisa todo dia. Termino de tomar meu café e a barulheira que ele produz continua. Pego ele e suas coisas e levo para a área de serviço, daquelas bem pequenas que cabe apenas uma maquina de lavar roupa antiga e um tanque branquinho como leite. E é por ter esta cor que acabo sempre me incomodando com a minha mãe, pois a sujeira que ele faz é grande e eu nem sempre tenho tempo de limpar tudo.
Pego seu pote redondo feito de cerâmica e jogo o que sobrou de comida no lixo, derramo a água escura dentro do tanque branquinho que agora tem um tom de marrom claro, daqueles de quando tiramos areia do calçado em baixo da torneira. Retiro ele e limpo sua barriga que era pra ser branca, mas que já tem um tom amarelado, cor de maracujá. O jornal úmido que reveste o fundo da caixa é enrolado para caber na sacola plástica sendo substituído por um novo bem sequinho. Recoloco tudo no seu devido lugar, comida nova, água fresca e porco limpo. Pronto.
Deixo um pedacinho de fruta para agradá-lo e os gritos se silenciam por agora, mas sei que assim que voltar faremos tudo novamente. E como numa rotina rural, vou cuidando desta minha fazenda urbana que talvez não seja constituída de tanto espaço, grama, vacas ou porcos, mas que possui algo bem parecido.

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