Aluno 93
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Em 2013, tive a oportunidade de participar da Jornada Mundial da Juventude, um encontro mundial de jovens católicos. Sempre tido como o evento principal da juventude, meu grupo de jovens estava se organizando para viajar até o Rio de Janeiro, local onde aconteceria naquele ano. Meu pai, sem eu saber, me confirmou em outro grupo, do qual eu não fazia parte e conhecia no máximo três pessoas. O choque e a revolta foram grandes: cheguei a pensar em não ir até uma semana antes. Meu grupo, ao fim, não conseguiu ir, e eu fui com o outro.
Eu estava em um momento complicado da minha vida – arrisco dizer que o mais complicado, até então. Meus pais tinham se separado, minha mãe ido morar em Brasília e, entre os meus poucos amigos, uns tinham mudado de estado e outros simplesmente tinham se afastado por seus motivos. Como boa adolescente, me refugiava no meu quarto com meus livros e minhas músicas. Em janeiro, pude fazer um intercâmbio e lá consegui esquecer de como me sentia triste e sozinha em casa. Ao voltar, todos os sentimentos negativos voltaram e com mais intensidade. Dentro da cabeça estava a paranoia constante de que nunca conseguiria ser uma pessoa na qual me orgulhasse e que inspirasse outras. Mas aí veio a Jornada...
Ir ao Rio foi uma aventura – e mudou minha vida. Conhecer gente de tantos lugares do mundo abriu meus olhos pra grandeza do lugar em que vivemos e pra como a humanidade é tão diferente: coisas que a gente aprende, mas ver faz toda a diferença. Aprendi a não julgar o diferente conversando com uma menina do Zimbábue, percebendo tantas pessoas que, apesar de terem o mesmo credo que o meu, pensarem de um jeito tão distinto quanto ao mundo e suas voltas. Me vi mais otimista e contente comigo mesma, gostando de quem eu sou e como eu sou.
Alguma coisa aconteceu: não sei dizer o quê, não sei dizer como, mas afirmo com todas as letras de que mudei e agora sou uma nova pessoa.
Praia, chuva e frio. Elementos que não combinam. Elementos que desanimam qualquer um. Viajar ao Rio de Janeiro, com expectativa de tempo limpo e ensolarado, e chegar lá e avistar apenas nuvens é realmente decepcionante. Mas assim te faço pensar que fui até lá pra curtir o litoral, e não foi bem isso o que aconteceu.
Era o mês de julho, o inverno já estava entre nós e os grandes casacos já nos cobriam. A promessa de uma semana longe do Sul e um pouco mais quente tinha subido à minha cabeça. Tudo parecia certo nos mínimos detalhes: mochila pronta e mente preparada pra uma aventura. Não sabia, ali, da proporção do que estava prestes a acontecer, mas era fato de que eu voltaria diferente.
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