sábado, 20 de maio de 2017


ALUNO 118
REESCRITA


Recordar é viver, diz o ditado popular, mas existem coisas que a mente já não   consegue fazer lembrar: o nome de todos os colegas de classe, todas as cidades em que já se esteve, a refeição realizada no almoço da última terça-feira ou lembrar de quando ou como se começa a escrever. No meu caso, no entanto, a origem do ato de escrever não deve ter sido diferente a de quase qualquer outra criança de classe média em Porto Alegre - copiando algumas letras e silabas desconexas em um caderno enfeitado.
            Mais ou menos na mesma época em que enfeitava cadernos com adesivos e desenhos fui apresentada a leitura. E por uma necessidade pungente de saber o final das histórias terminei de ler meu primeiro livro. E assim durante muito tempo meus companheiros de insônia foram os diferentes livros que passaram na minha mão ou que achava na internet.
            Ao longo dos anos, concomitante a minha crescente apreciação pelos diferentes estilos literários, minha escrita foi se desenvolvendo. De pequenos bilhetes infantis a textos completos e, de alguma forma, mais complexos. Tentar escrever crônicas, poesias, artigos e livros foi durante muito tempo uma brincadeira, mas de alguma maneira a brincadeira se transformou em obrigação e, com o aumento das obrigações, foi perdendo seu tom lúdicos.

            Assim, com o passar do tempo, aprendi a escrever de diferentes formas, dependendo do propósito de cada texto ou mensagem. O processo de aprender a escrever, que foi iniciado na escola nos meus primeiros anos de vida, continua até hoje. De tempos em tempo, novas formas de escrever e de se expressar são apresentadas a mim e preciso me adaptar as novas variações e realidades. No processo algumas formas de escrever são esquecidas e outras permanecem, como um processo ativo e continua que o aprendizado e que a escrita são.

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