ALUNO 118
REESCRITA
Recordar é viver, diz o ditado popular, mas existem coisas que a
mente já não consegue fazer lembrar: o
nome de todos os colegas de classe, todas as cidades em que já se esteve, a
refeição realizada no almoço da última terça-feira ou lembrar de quando ou como
se começa a escrever. No meu caso, no entanto, a origem do ato de escrever não
deve ter sido diferente a de quase qualquer outra criança de classe média em
Porto Alegre - copiando algumas letras e silabas desconexas em um caderno
enfeitado.
Mais ou menos na
mesma época em que enfeitava cadernos com adesivos e desenhos fui apresentada a
leitura. E por uma necessidade pungente de saber o final das histórias terminei
de ler meu primeiro livro. E assim durante muito tempo meus companheiros de
insônia foram os diferentes livros que passaram na minha mão ou que achava na
internet.
Ao longo dos
anos, concomitante a minha crescente apreciação pelos diferentes estilos
literários, minha escrita foi se desenvolvendo. De pequenos bilhetes infantis a
textos completos e, de alguma forma, mais complexos. Tentar escrever crônicas,
poesias, artigos e livros foi durante muito tempo uma brincadeira, mas de
alguma maneira a brincadeira se transformou em obrigação e, com o aumento das
obrigações, foi perdendo seu tom lúdicos.
Assim, com o passar do tempo,
aprendi a escrever de diferentes formas, dependendo do propósito de cada texto
ou mensagem. O processo de aprender a escrever, que foi iniciado na escola nos
meus primeiros anos de vida, continua até hoje. De tempos em tempo, novas
formas de escrever e de se expressar são apresentadas a mim e preciso me
adaptar as novas variações e realidades. No processo algumas formas de escrever
são esquecidas e outras permanecem, como um processo ativo e continua que o
aprendizado e que a escrita são.
Nenhum comentário:
Postar um comentário