Aluno 66
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Numa
vida tão curta como a minha, tenho poucos momentos que posso considerar
memoráveis. O homem ir a lua foi memorável, a invenção do avião foi memorável,
a descoberta da penicilina foi memorável. O que irei apresentar está mais para
uma simples mudança de rotina. Claro que não irei desmerecer este momento, pois
foi a partir dele que me tornei a pessoa que sou hoje.
Como
já se é conhecido de muitos, a adolescência é uma fase em que todos os
acontecimentos são classificados como “fim do mundo”, não sendo diferente no
meu caso. Do primeiro ano escolar até o sétimo permaneci em uma escola que
podemos definir como conservadora, na qual não me sentia confortável e muito
menos aceita. E foi então que decidi convencer a minha mãe a me transferir para
outro colégio. Por obra do destino, ou não, entrei num universo totalmente distante
do meu. Era um sistema de ensino mais próximo dos alunos, do qual os
professores muito mais que educadores auxiliavam psicologicamente incentivando
seus alunos a se desenvolverem nas áreas que tinham afinidade.
Além
desta diferença, era um colégio com uma base religiosa diferente da minha e que
eu pouco conhecia. Mas o que realmente me incitou a começar a refletir foi a
forma como as relações entre colegas eram feitas. No meu antigo ambiente
escolar me deparava quase que diariamente com insultos e descriminações por
parte de colegas já que para o padrão físico esperado eu nunca me encaixava.
Foi então que recebi o maior ensinamento que levo para a minha vida: a
quantidade de dinheiro que você tem ou deixa de ter não define o seu caráter.
E a
partir deste momento que os pensamentos críticos e as definições de valores
começaram a se configurar nos meus padrões de certo e errado. Reflexões que já
deveriam ter sido provocadas anteriormente, através de debates, trabalhos de
acompanhamento psicológico e diálogos familiares. Mas parece que tem coisas na
vida que devem ser impostas através da vivência com outras pessoas deixando o
indivíduo livre para conseguir se formar ou se formatar, dependendo do esforço
que cada um tem para conseguir passar por esta fase de provações que é a
adolescência.
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