quinta-feira, 9 de junho de 2016

As reflexões e a adolescência

Aluno 66
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Numa vida tão curta como a minha, tenho poucos momentos que posso considerar memoráveis. O homem ir a lua foi memorável, a invenção do avião foi memorável, a descoberta da penicilina foi memorável. O que irei apresentar está mais para uma simples mudança de rotina. Claro que não irei desmerecer este momento, pois foi a partir dele que me tornei a pessoa que sou hoje.
Como já se é conhecido de muitos, a adolescência é uma fase em que todos os acontecimentos são classificados como “fim do mundo”, não sendo diferente no meu caso. Do primeiro ano escolar até o sétimo permaneci em uma escola que podemos definir como conservadora, na qual não me sentia confortável e muito menos aceita. E foi então que decidi convencer a minha mãe a me transferir para outro colégio. Por obra do destino, ou não, entrei num universo totalmente distante do meu. Era um sistema de ensino mais próximo dos alunos, do qual os professores muito mais que educadores auxiliavam psicologicamente incentivando seus alunos a se desenvolverem nas áreas que tinham afinidade.
Além desta diferença, era um colégio com uma base religiosa diferente da minha e que eu pouco conhecia. Mas o que realmente me incitou a começar a refletir foi a forma como as relações entre colegas eram feitas. No meu antigo ambiente escolar me deparava quase que diariamente com insultos e descriminações por parte de colegas já que para o padrão físico esperado eu nunca me encaixava. Foi então que recebi o maior ensinamento que levo para a minha vida: a quantidade de dinheiro que você tem ou deixa de ter não define o seu caráter.
E a partir deste momento que os pensamentos críticos e as definições de valores começaram a se configurar nos meus padrões de certo e errado. Reflexões que já deveriam ter sido provocadas anteriormente, através de debates, trabalhos de acompanhamento psicológico e diálogos familiares. Mas parece que tem coisas na vida que devem ser impostas através da vivência com outras pessoas deixando o indivíduo livre para conseguir se formar ou se formatar, dependendo do esforço que cada um tem para conseguir passar por esta fase de provações que é a adolescência.

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