sábado, 11 de junho de 2016

Feitiço para esquecer uma pessoa.

Aluno 68
Reescrita


Relações humanas são complicadas. Cruzamos com muitas pessoas ao longo da vida, e é impossível agradar a todo mundo, assim como também é impossível se agradar com todos. Brigar, discutir, se afastar, romper, são todos movimentos naturais e saudáveis nos relacionamentos humanos. O problema surge quando alguém em particular nos machuca tanto, e tão profundamente que parece impossível tirá-lo de lá. Uma pessoa que se gruda em nossos sonhos, pensamentos, que permanece como um fantasma nos assombrando, seja pela presença insistente nos círculos sociais, seja pela invasão psicológica. Ás vezes o trauma e as feridas causados por alguém são tão duros que parece que nunca mais conseguiremos escapar sozinhos dessa opressão. Nesses casos a magia pode ajudar.
Esse é um feitiço de nível intermediário, e para realizá-lo você deve ter um altar (qualquer lugar reservado e que esteja acima do chão), algumas velas, papel e caneta, água, um pote (pode ser de plástico) e bastante tempo disponível. Num momento tranquilo do dia, de preferência numa terça-feira ou sábado, você deve se recolher e se colocar diante do altar. Primeiro deve abrir um círculo para purificar o espaço do trabalho, que pode ser mental, traçado no ar, ou riscado no chão com uma pemba (uma espécie de giz branco que se compra em lojas esotéricas). Em seguida deve se saudar as principais energias cósmicas acendendo duas velas, uma que represente a força feminina, outra a masculina, e com deferência colocar a testa no chão diante delas. A seguir é a vez de saudar sua divindade pessoal, seja diante de uma vela, estátua, foto, ou qualquer objeto que traga seu aspecto, do mesmo modo coloca-se a testa no chão, em sinal de absoluta reverência.
Você também deve pedir a energia e proteção de todos os elementos da natureza, relacionados aos espíritos regentes de cada ponto cardeal: ao norte a Terra, Leste o Ar, Oeste a Água, Sul o Fogo. É muito importante seguir essas etapas que antecedem o feitiço para não correr o risco de se prejudicar energeticamente durante o processo. Contar com a proteção de sua divindade pessoal e dos elementos da natureza é essencial para evitar transtornos. Devemos ter muito cuidado e respeito ao lidar com forças ocultas.
A próxima etapa está relacionada ao seu estado de espírito. Para poder realizar o feitiço sua mente precisa estar num ponto que chamamos de “alfa”, que é quando ela está muito atenta e tranquila, quase que num transe gnóstico. Meditação, contagens cíclicas entre, zero, sete e catorze, masturbação ou ouvir músicas lisérgicas podem ser meios de se entrar em alfa (alguns magos também se utilizam de substâncias alucinógenas, mas é importante ter consciência e conhecimento sobre o assunto). Uma vez atingindo alfa podemos seguir finalmente para a primeira etapa do feitiço.
Agora você vai precisar da folha de ofício e caneta. Nesse momento deve-se focar a pessoa em questão, com muita franqueza, sem omitir nenhum sentimento. Toda raiva, desconforto, tristeza, angústia, todas as sensações que a pessoa causa devem vir à tona por alguns instantes. Quando você sentir que está no auge da raiva, no pico do desespero, deve pegar a folha de papel e deixar fluir sobre ela qualquer coisa que sintetize essas sensações. Desenhos, frases, palavras soltas, símbolos desconexos, não se preocupe com a estética, a intenção é retirar do seu inconsciente, no meio do transe em alfa, a síntese dessa memória nociva.
Respire fundo 7 vezes para sair de alfa. Pegue a folha que você riscou e, sem olhar muito para o que escreveu (é importante deixar os inscritos sem sentido nenhum na sua mente consciente) a queime num lugar seguro. Livre-se das cinzas.
Talvez você precise descansar por 24 horas, talvez precise de 7 dias, ou talvez já esteja pronto para a última etapa. É natural que haja um pouco de fraqueza, existe o risco de adoecer por uns dias. Queimar esse papel significa cortar definitivamente os laços, e isso pode ser brusco demais conforme o tempo que possuem. Respeite o seu tempo. Importante ressaltar que se você precisar de uma pausa, encerre seu círculo com muita gratidão, e jamais apague as velas assoprando, é tido como ofensa aos elementais que regem o sul.
Na última etapa também se usa papel e caneta. Basicamente você irá repetir todos os procedimentos da primeira etapa: abrir o círculo, saudar as divindades, invocar os regentes dos elementos (se a pausa foi necessária), colocar-se em alfa e transcrever as sensações no papel. Espera-se que nessa etapa o pico de desespero seja menos opressivo, pois parte já foi dissolvida com o fogo no “cortar dos laços”. Essa parte consiste em congelar a influência que essa pessoa pode continuar tendo. Além de transcrever as sensações durante o transe, deve-se escrever o nome da pessoa no papel. Por fim dobre-o, agradeça aos espíritos que o assistiram, honre as divindades (não se esqueça de sempre colocar a testa no chão), feche o círculo e apague as velas. Em seguida coloque o papel em algum recipiente com água e depois coloque no freezer.
Esse feitiço funciona de maneira inconsciente, por isso é importante se permitir “esquecer” o papel. Com o tempo você acabará por esquecer a pessoa, ela sumirá dos seus sonhos, pensamentos e, quando se der por conta, a existência dela terá deixado de ser importante na sua vida, independente dela ainda estar presente ou não. Quando esse dia chegar, jogue o papel fora num rio, no mar, ou na privada: não se esqueça de puxar a descarga.


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