terça-feira, 21 de junho de 2016

O redescobrimento do fogo

Aluno 110
Reescrita


Há na sua frente, sobre a mesa da sua cozinha, uma caixa de fósforos retangular. Devido aos avanços tecnológicos atuais, há anos você não a abre: há eletricidade e lâmpadas em sua casa, bem como um fogão automático. No entanto, você quer provar para si mesmo de que ainda é capaz de realizar uma tarefa tão simples quanto acender um daqueles palitos e, assim, resolve lançar-se um desafio. 
            Você leva sua mão esquerda até a embalagem e encaixa-a entre seu dedão e seu dedo indicador. Segurando-a dessa forma, percebe que os fósforos estão de fato numa caixa móvel dentro dela, que você imagina como uma cama para eles. Essa embalagem é como uma tampa, que cobre não somente a parte de cima da caixa, mas também suas laterais e sua base. Você nota que a “cama”, já que é móvel, pode ser empurrada pelos lados não cobertos e, assim, sair de dentro da cobertura.
            Sua mão direita, portanto, entra em ação: o dedo indicador coloca-se contra uma dessas extremidades da caixa, empurrando-a, e logo ela começa a deslizar para fora da embalagem. Você não a empurra a ponto de removê-la completamente, deixando-a abrigada ainda por uns três centímetros da cobertura. Agora você é capaz de enxergar os vários fósforos que há ali. 
            Escolhe aleatoriamente, visto que todos são iguais, tendo suas cabeças vermelhas. Seu dedo indicador e seu dedão da mão direita selecionam um ao acaso e o seguram da mesma forma como você segura um palito de dentes. A caixa de fósforos é usada somente para mais um motivo: você continua a segura-la, ainda com a mão esquerda, enquanto na direita há o fósforo escolhido. Na extremidade da embalagem há uma camada marrom que você não conhece direito, apesar de saber para o que serve. Sem mais delongas, encosta contra ela a cabeça vermelha do fósforo, de forma que o palito seja pressionado e empurrado para frente rapidamente, "riscando-a". Logo após, você afasta o fósforo da caixa e a larga sobre a mesa. Como num passe de mágica, ele desenvolve uma intensa chama sobre sua cabeça, mas alguns instantes depois você percebe que o fogo ameniza. A partir de então, torna-se constante, com fumaça ao seu redor.
            Tudo que lhe resta é desfrutar do cheiro tão característico de algo queimando, já que é sua única recompensa pelo cumprimento do desafio.


























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