sexta-feira, 10 de junho de 2016

Os muitos eus e as antíteses dentro de mim

Aluno 79
1 Versão


Cada vez que penso em quem sou, me convenço mais de que não sou um só, mas que sou múltiplo, uma fusão de inúmeros alter egos coexistindo em uma só mente.
Por vezes sinto-me um primitivo dentre os “Homo civilizadus”; instantes depois, penso ser um viajante do tempo, vindo lá do século XXV e tentando me adaptar a um sistema já extinto em minha era de origem. Há dias em que me sinto uma criança, daquela que vêem beleza e poesia em tudo; mas há outros em que me sinto um velho, dos que reclamam de tudo sem sair do sofá.
Crítico do capitalismo e da atual idéia de progresso, escrevo (digito) a primeira versão do meu texto em um filho de ambos, o smartphone. Sou determinado, porém preguiçoso. Sou mente aberta, porém não me canso de julgar a mim mesmo. Em um minuto estou depressivo, e no próximo estou em êxtase.
Todos esses seres em minha mente, acrescidos de uma pitada de futuro onde deveria haver presente, criam uma bomba relógio, sempre pronta para explodir, mas que nunca explode; alguns dão a essa bomba o nome de ansiedade. Aliás, se meu nome é pluralidade, meu sobrenome há de ser ansiedade. Por isso, escrevo isto na primeira de muitas possíveis versões deste texto e, se estiveres lendo estas palavras, é porque elas passaram por uma equipe de jurados muito exigentes que criei por acaso, em um dia de velho, pois a criança em mim jamais modificaria a beleza da primeira escrita, com as ideias frescas e a verdade em si.
Prazer, nós somos Vinícius de Oliveira Prusch.

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