Aluno 85
1 Versão
Durante
minha infância e pré-adolescência, nunca busquei e não tive muitos incentivos
no tocante ao universo da leitura. Entretanto, no primeiro ano de meu ensino
médio a professora de língua inglesa propôs para a turma, um trabalho que
envolvera a leitura e análise de um clássico da literatura. A obra selecionada
para meu grupo foi Alice no País das Maravilhas (em inglês, Alice in Wonderland), do autor Charles Lutwidge Dodgson (pseudônimo: Lewis
Carroll) após a leitura, seria organizado um seminário cujo
cada grupo apresentaria sua obra para a turma.
Nesse
cenário, ao iniciar a leitura do livro vieram à tona sentimentos de
estranhamento e incapacidade, pois o livro estava escrito em inglês, idioma com
o qual eu não possuía intimidade e contato. Por esse motivo, nos momentos de
leitura sempre estava acompanhado de um dicionário (inglês-português). Essa
sensação incômoda, pode ser explicada por dois aspectos claros (atualmente), um
deles é o frustrante estranhamento com a língua, e além disso, o fato de não ser
uma leitura por prazer, mas sim com o intuito de avaliação escolar. Tal ideia
de avaliação escolar fica clara com a seguinte citação: “A escola
alfabetiza acreditando estar expondo os alunos à pratica da leitura, na verdade
o que está fazendo é ‘treinando-os’ a simplesmente decodificarem um material
escrito” (ROTTAVA, 2000, p.13).
Sob
essa perspectiva, ao longo da leitura percebi semelhanças entre o livro e o
filme da Disney. Meu
conhecimento prévio sobre a história por trás do filme foi de grande valia para
o entendimento de alguns acontecimentos ao longo da obra. Em seu texto, Rottava
(2000) relaciona o entender e o conhecimento prévio do leitor, citando Kleiman
(1995), que elucida: “A compreensão de um texto é um processo que se
caracteriza pela utilização de conhecimento prévio”.
Essa construção de sentidos só efetiva quando o leitor é desperta seu
conhecimento prévio, passando a ter maior entendimento do texto, mesmo não
percebendo isso.
Sob esse ângulo, passando
pelo processo de leitura citado acima, desenvolvi interesse pela leitura e
língua inglesa. Mais tarde, já no último ano de ensino médio e com um
vocabulário “robusto” no que tange à língua inglesa, decidi reler a obra supracitada
apenas por prazer, sem qualquer compromisso ou obrigação. Dessa vez, consegui
internalizar e associar os conceitos e metáforas que estão presentes na obra,
além de me divertir ao ler. Esse processo é melhor compreendido com usando como
embasamento a citação: “quando o leitor utiliza diversos tipos de
conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo
interativo.”.
(KLEIMAN, 1995, 13).
Levando em consideração as
interações e experiências explanadas acima, o processo de leitura afetou a
minha vida ao ponto de despertar a curiosidade e interesse pela língua inglesa,
tais experiências foram tão marcantes que posteriormente, ajudaram a constituir
traços de minha personalidade e influenciar meu futuro, como por exemplo, na
escolha da ênfase no curso de Letras, que nesse caso, é o Inglês.
REFERÊNCIAS
KLEIMAN,
Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 4ª ed. Campinas:
Pontes, 1995.
ROTTAVA,
Lucia. A importância da leitura na construção do conhecimento. In
Espaços da Escola, ano 9, n 35, p. 11-16, 2000.
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