terça-feira, 28 de junho de 2016

Primeiro contato literário com Alice.

Aluno 85
Reescrita


Durante minha infância e pré-adolescência, nunca busquei e não tive muitos incentivos no tocante ao universo da leitura. Entretanto, no primeiro ano de meu ensino médio a professora de língua inglesa propôs para a turma, um trabalho que envolvera a leitura e análise de um clássico da literatura. A obra selecionada para meu grupo foi Alice no País das Maravilhas (em inglês, Alice in Wonderland), do autor Charles Lutwidge Dodgson (pseudônimo: Lewis Carroll) após a leitura, seria organizado um seminário cujo cada grupo apresentaria sua obra para a turma.
Nesse cenário, ao iniciar a leitura do livro vieram à tona sentimentos de estranhamento e incapacidade, pois o livro estava escrito em inglês, idioma com o qual eu não possuía intimidade e contato. Por esse motivo, nos momentos de leitura sempre estava acompanhado de um dicionário (inglês-português). Essa sensação incômoda, pode ser explicada por dois aspectos claros (atualmente), um deles é o frustrante estranhamento com a língua, e além disso, o fato de não ser uma leitura por prazer, mas sim com o intuito de avaliação escolar. Tal ideia de avaliação escolar fica clara com a seguinte citação: “A escola alfabetiza acreditando estar expondo os alunos à pratica da leitura, na verdade o que está fazendo é ‘treinando-os’ a simplesmente decodificarem um material escrito” (ROTTAVA, 2000, p.13).
Sob essa perspectiva, ao longo da leitura percebi semelhanças entre o livro e o filme da Disney. Tais semelhanças são mais evidentes no que se permeia às características físicas e psicológicas dos personagens como, por exemplo, o chapeleiro maluco que em ambas obras é retratado como um homem baixo, com uma cartola grande, além de ser um personagem cortês e carinhoso, estando sempre acompanhado da Lebre Maluca. Meu conhecimento prévio sobre a história por trás do filme foi de grande valia para o entendimento de alguns acontecimentos ao longo da obra. Em seu texto, Rottava (2000) relaciona o entender e o conhecimento prévio do leitor, citando Kleiman (1995), que elucida: “A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio”. Essa construção de sentidos só efetiva quando o leitor é desperta seu conhecimento prévio, passando a ter maior entendimento do texto, mesmo não percebendo isso.
Sob esse ângulo, passando pelo processo de leitura citado acima, desenvolvi interesse pela leitura e língua inglesa. Mais tarde, já no último ano de ensino médio e com um vocabulário “robusto” no que tange à língua inglesa, decidi reler a obra supracitada apenas por prazer, sem qualquer compromisso ou obrigação. Dessa vez, consegui internalizar e associar os conceitos e metáforas que estão presentes na obra, além de me divertir ao ler. Esse processo é melhor compreendido com usando como embasamento a citação: “quando o leitor utiliza diversos tipos de conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo.”. (KLEIMAN, 1995, 13).
Levando em consideração as interações e experiências explanadas acima, o processo de leitura afetou a minha vida ao ponto de despertar a curiosidade e interesse pela língua inglesa, tais experiências foram tão marcantes que posteriormente, ajudaram a constituir traços de minha personalidade e influenciar meu futuro, como por exemplo, na escolha da ênfase no curso de Letras, que nesse caso, é o Inglês.

REFERÊNCIAS
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 4ª ed. Campinas: Pontes, 1995.
ROTTAVA, Lucia. A importância da leitura na construção do conhecimento.  In Espaços da Escola, ano 9, n 35, p. 11-16, 2000.

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