terça-feira, 21 de junho de 2016

Aluno 93
1 Versão


Mesmo em tempos de “selfies” e egos inflados, falar de si mesma ainda é tarefa difícil. Perceber suas falhas pode ser engenhoso e perceber suas vitórias pode parecer presunçoso. Ato delicado. Corajoso. Em meio aos nuances, tento.
Desde muito pequena a leitura está presente na minha vida: mãe professora de inglês, pai professor de sociologia. Não bastasse o exemplo ao vê-los sempre ou com livros em mãos ou lendo criar a vontade de ler, eles ainda me ensinaram a fazê-lo sozinha. Há quem diga que tem algo a ver com os genes, eu digo que tem a ver com estímulo e boas pessoas em quem se espelhar.
Entusiasta de todas as artes, mas a que move minha cabeça e meu coração é e sempre foi a música.  Um convite para qualquer coisa envolvendo-a já me deixa com vontade de participar. Meu pai diz que toco qualquer coisa com cordas; não discordo, mas também gosto muito de percussão e sopros. Todas as vezes em que penso o que fazer com o dinheiro que ganhar na loteria (confesso que não são muitas, até porque não me preocupo em jogar), elas envolvem comprar todos os instrumentos ao meu alcance e aprendê-los. Curiosa acima de tudo, posso dizer.
Estudei em um colégio franciscano a vida escolar inteira, e isso ajudou a moldar meus interesses, minhas amizades e minhas atitudes. Preservo muitas coisas de lá, como a paixão por futebol, alguns amigos e a empatia com o outro. Duzentos dias ao ano durante treze anos me deixaram como em casa quando ia à aula -  quase sempre à vontade de me vestir, ser e falar como bem entendia.
Participo, desde os meus onze anos até hoje, de grupo de jovens na Igreja Católica. Minha família é tradicionalmente muito cristã, mas isso só teve parte em minha formação: estive em grupos muito retrógrados como também em grupos progressistas. Vejo beleza nos dois, apesar de sempre querer olhar pra frente e transformar a Igreja em algo dos nossos tempos. A utopia de uma civilização do amor existe em mim e é da comunhão, partilha e debate com meus irmãos que ela vem cada vez mais perto.
Em meio às constantes mudanças (afinal, do que seria a vida sem elas?), penso que consegui sintetizar brevemente o que penso de mim hoje. Amanhã ainda não posso confirmar. Tente novamente mais tarde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário