1 Versão
Aluno 76
De segunda a sexta, o despertador do celular toca,
impreterivelmente, às 6 horas e 15 minutos, quebrando o silêncio do meu quarto.
Então eu levanto, sonâmbulo, e me dirijo para a cozinha: até lá, são exatos 15
passos. Abro a torneira e encho d’água a pequena chaleira que dorme todas as
noites sobre o fogão. Acendo o fogo. Foco: não pode ferver, senão queima. Abro
a geladeira, tiro os grãos de dentro de um pote - vai exatamente uma colher de
sopa para o moedor, medida perfeita para uma pessoa. Caneca na mesa, o pequeno
coador sobre ela. O filtro de papel número 100, para uma única dose e dobrado
milimetricamente nas extremidades, recebe o pó. Gota por gota, observo a água
quente ganhar a cor escura. O líquido preto vai subindo, até a borda. De pé,
sorvo o primeiro gole. O segundo. O terceiro. Até não restar mais nada. Agora,
sim, recebo uma avalanche de pensamentos: estou acordado. Por onde começar?
Outra vez moer, coar, filtrar para seguir adiante. O dia já está rolando. É
café. É passado. Não é expresso.
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