Aluno 112
Reescrita
Nasci
no sétimo mês de uma gravidez cansada de ser interrompida. Não havia criança no
mundo mais disposta a viver do que a alma chorona que habitou a ala infantil no
Hospital Presidente Vargas no dia 27 de novembro de 1993. Era eu que nascia e,
aos berros, tentava impor ao mundo que quem tinha o controle sobre minha vida
era eu.
Admito
que não mudou muita coisa desde então. Sempre fui uma criança teimosa, uma
adolescente difícil e, agora, sou uma adulta complicada. Tenho muita dificuldade
em aceitar derrota. Em aceitar de bico fechado, quando vejo que o mundo cai aos
pedaços. Minha forma favorita de rebeldia é seguir a frase de um grande
pensador sendo a diferença que eu quero ver no mundo. Graças à Ghandi, tento
ser o melhor que posso.
Eu
tento sempre me manter ocupada, de forma que meus problemas não encontrem espaço
para perturbar o meu sono. Dessa forma, acabo encontrando meios de aprender
coisas novas e lutar por tudo que acho necessário. Já aprendi os mais variados
tipos de lutas, danças e línguas, quase como uma forma de preparação para todos
os outros obstáculos que ainda tentarão sufocar meus gritos de independência.
Se
eu tivesse que me descrever, diria que sou um emaranhado de sonhos, lutas e
confusão. Também devo dizer que sou tímida e odeio acordar cedo. Não sei
exatamente quem eu sou, mas sei o que eu quero e defendo as coisas em que
acredito. Admito também que sou irritadiça e ranzinza. Mas, no fundo, sou uma
boa pessoa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário