terça-feira, 21 de junho de 2016

Poeira Cósmica

Aluno 112
Reescrita


Nasci no sétimo mês de uma gravidez cansada de ser interrompida. Não havia criança no mundo mais disposta a viver do que a alma chorona que habitou a ala infantil no Hospital Presidente Vargas no dia 27 de novembro de 1993. Era eu que nascia e, aos berros, tentava impor ao mundo que quem tinha o controle sobre minha vida era eu.
Admito que não mudou muita coisa desde então. Sempre fui uma criança teimosa, uma adolescente difícil e, agora, sou uma adulta complicada. Tenho muita dificuldade em aceitar derrota. Em aceitar de bico fechado, quando vejo que o mundo cai aos pedaços. Minha forma favorita de rebeldia é seguir a frase de um grande pensador sendo a diferença que eu quero ver no mundo. Graças à Ghandi, tento ser o melhor que posso.
Eu tento sempre me manter ocupada, de forma que meus problemas não encontrem espaço para perturbar o meu sono. Dessa forma, acabo encontrando meios de aprender coisas novas e lutar por tudo que acho necessário. Já aprendi os mais variados tipos de lutas, danças e línguas, quase como uma forma de preparação para todos os outros obstáculos que ainda tentarão sufocar meus gritos de independência.
Se eu tivesse que me descrever, diria que sou um emaranhado de sonhos, lutas e confusão. Também devo dizer que sou tímida e odeio acordar cedo. Não sei exatamente quem eu sou, mas sei o que eu quero e defendo as coisas em que acredito. Admito também que sou irritadiça e ranzinza. Mas, no fundo, sou uma boa pessoa.

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