terça-feira, 28 de junho de 2016

Um bando de porcos tem o poder de ensinar tanto quanto um professor

Aluno 105
Reescrita


Se você, leitor, achou esse título um tanto quanto curioso, tenho uma história para lhe contar. Nascida em berço leitor, já era de se esperar. Podia ter pais talvez um pouco relapsos, mas com relação à leitura, éramos uma exceção. O incentivo surgiu na infância, nos momentos do dia-a-dia. A facilidade de alfabetização, no sentido de aprender a ler e escrever, atesta o fato. Segundo Rottava (2000), “os pais devem proporcionar aos seus filhos o acesso às publicações e incentivá-los à leitura”. E desta maneira o fizeram, comprando livros, incitando-me a ler rótulos, placas, avisos, etc. O pontapé inicial foi dado e, daí pra frente, as experiências foram advindas das minhas macaquices. Como a pequena Mafalda, eu era (e sou) curiosa por natureza. Dessa forma, conheci as bibliotecas e livrarias e aprendi a me aventurar pela magia das mesmas, entrando em mundos novos, vivendo vidas, resolvendo mistérios, agregando novas histórias para contar.
            Nas leituras mais infantis, não costumava ter um porque ler; apenas lia. Conforme crescemos, entendemos que há várias formas de aprender, e eu descobri que uma delas era naquele mundo que eu tanto amava: o dos livros. Era uma estudante esforçada e cativada por uma matéria em especial, História, e todos os mistérios, grandes nomes, guerras e revoluções que ela envolvia. Como a autora antes citada atesta,
“a leitura é uma habilidade que perpassa de maneira transversal o conhecimento de maneira geral, contribuindo para a construção do conhecimento de várias áreas, tais como a matemática, a história e as ciências” (ROTTAVA, 2000).
            Foi atiçada por uma aula magistral de um professor-inspirador na minha vida, que fui atrás do livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell. O livro possui uma história bastante cativante, mesmo sendo lido despretensiosamente, como atestou Christopher Hitchens, no posfácio escrito em 2006 para o livro, dizendo que “vários contemporâneos de Orwell lhe escreveram contando que seus filhos tinham gostado muito do livro só pela sua história”. Porém, quando lido como forma de aprimorar conhecimento adquirido, ele é muito maior. A obra é, na verdade uma grande metáfora, uma justaposição de mundos, é, nas palavras do próprio Orwell, uma maneira de “analisar a teoria de Marx do ponto de vista dos animais”.
            Foi, para mim, uma leitura extremamente gratificante, pois me proporcionou a oportunidade de entender melhor e de ficar ainda mais cativada com a história da revolução russa. Na obra, os grandes líderes são retratados por porcos, que lideram os animais para golpear o seu dono, um ser humano. O fato de haverem líderes, e da escolha da simbologia destes, me deixou mais apaixonada ainda, além de atestar a expressão “alguns são mais iguais que outros”. A leitura da obra, de uma maneira interacional, fez com que eu entendesse muito mais facilmente uma matéria escolar, e por esta razão, essa obra e minha leitura me são tão importantes e caras. 

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