Aluno 105
Reescrita
Se você, leitor, achou esse
título um tanto quanto curioso, tenho uma história para lhe contar. Nascida em
berço leitor, já era de se esperar. Podia ter pais talvez um pouco relapsos,
mas com relação à leitura, éramos uma exceção. O incentivo surgiu na infância,
nos momentos do dia-a-dia. A facilidade de alfabetização, no sentido de
aprender a ler e escrever, atesta o fato. Segundo Rottava (2000), “os pais
devem proporcionar aos seus filhos o acesso às publicações e incentivá-los à
leitura”. E desta maneira o fizeram, comprando livros, incitando-me a ler
rótulos, placas, avisos, etc. O pontapé inicial foi dado e, daí pra frente, as
experiências foram advindas das minhas macaquices. Como a pequena Mafalda, eu
era (e sou) curiosa por natureza. Dessa forma, conheci as bibliotecas e
livrarias e aprendi a me aventurar pela magia das mesmas, entrando em mundos
novos, vivendo vidas, resolvendo mistérios, agregando novas histórias para
contar.
Nas leituras mais infantis, não costumava ter um porque
ler; apenas lia. Conforme crescemos, entendemos que há várias formas de
aprender, e eu descobri que uma delas era naquele mundo que eu tanto amava: o
dos livros. Era uma estudante esforçada e cativada por uma matéria em especial,
História, e todos os mistérios, grandes nomes, guerras e revoluções que ela envolvia.
Como a autora antes citada atesta,
“a
leitura é uma habilidade que perpassa de maneira transversal o conhecimento de
maneira geral, contribuindo para a construção do conhecimento de várias áreas,
tais como a matemática, a história e as ciências” (ROTTAVA, 2000).
Foi atiçada por uma aula magistral de um
professor-inspirador na minha vida, que fui atrás do livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell. O livro possui uma
história bastante cativante, mesmo sendo lido despretensiosamente, como atestou
Christopher Hitchens, no posfácio escrito em 2006 para o livro, dizendo que
“vários contemporâneos de Orwell lhe escreveram contando que seus filhos tinham
gostado muito do livro só pela sua história”. Porém, quando lido como forma de
aprimorar conhecimento adquirido, ele é muito maior. A obra é, na verdade uma
grande metáfora, uma justaposição de mundos, é, nas palavras do próprio Orwell,
uma maneira de “analisar a teoria de Marx do ponto de vista dos animais”.
Foi, para mim, uma leitura extremamente gratificante,
pois me proporcionou a oportunidade de entender melhor e de ficar ainda mais
cativada com a história da revolução russa. Na obra, os grandes líderes são
retratados por porcos, que lideram os animais para golpear o seu dono, um ser
humano. O fato de haverem líderes, e da escolha da simbologia destes, me deixou
mais apaixonada ainda, além de atestar a expressão “alguns são mais iguais que
outros”. A leitura da obra, de uma maneira interacional, fez com que eu
entendesse muito mais facilmente uma matéria escolar, e por esta razão, essa obra
e minha leitura me são tão importantes e caras.
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