Aluno 82
Reescrita
A vida vive feliz e bela, mas para quem? Vivia no meu
mundinho idealizado, ignorado o resto da humanidade para poder ser “feliz”.
Então, minha mãe recebe uma ligação, uma prima que não havia
ao menos nascido, morreu dentro do ventre. Fomos no enterro.
Quando chegamos pensei estar no lugar errado, era um lugar
parecido com um parque, muitas árvores, pequenas estradas em meio a grandes
gramados com canteiros floridos. Um espaço perfeito para se andar de bicicleta,
fazer piquenique; perfeito para celebrar a vida, se ali não estivessem as
lápides.
O ar seco e frio do inverno, junto ao sol que brilhava acima
de nós, tudo era natureza e essa natureza emanava vida, uma vida que
contrastava com as lápides que marcavam mortes.
O bebe ainda em formação, foi apenas enterrado, não vimos
parte alguma de seu pequeno corpo, o que deixou tudo ainda mais triste. Rosas
foram lançadas sob o caixão. Minha família e eu lamentávamos a morte, o dia, e
o lugar festejavam a vida. Era um cenário irônico. Fomos dar adeus a um ser que
não pôde se despedir.
Após o enterro fomos contemplar o lugar, a vida segue para
quem fica. Notei neste momento o quanto a vida é frágil. Refleti sobre o modo
despretensioso no qual estava vivendo, sem esperar pela morte. Quando me
deparei com ela notei que para ser feliz preciso viver a realidade, e sim nela
existe a humanidade. Devo aceitar o que existe de ruim no mundo também, não se
pode idealizar tudo.
Posso fazer da parte ruim algo útil, que possa ajudar as
pessoas e a mim mesma. A vida é bela, para quem a vive e desde aquele dia tento
vive-la com mais intensidade, pois a vida é breve, mais que feliz e bela, é
breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário