quarta-feira, 22 de junho de 2016

A vida vive

Aluno 82
Reescrita


A vida vive feliz e bela, mas para quem? Vivia no meu mundinho idealizado, ignorado o resto da humanidade para poder ser “feliz”.
Então, minha mãe recebe uma ligação, uma prima que não havia ao menos nascido, morreu dentro do ventre. Fomos no enterro.
Quando chegamos pensei estar no lugar errado, era um lugar parecido com um parque, muitas árvores, pequenas estradas em meio a grandes gramados com canteiros floridos. Um espaço perfeito para se andar de bicicleta, fazer piquenique; perfeito para celebrar a vida, se ali não estivessem as lápides.
O ar seco e frio do inverno, junto ao sol que brilhava acima de nós, tudo era natureza e essa natureza emanava vida, uma vida que contrastava com as lápides que marcavam mortes.
O bebe ainda em formação, foi apenas enterrado, não vimos parte alguma de seu pequeno corpo, o que deixou tudo ainda mais triste. Rosas foram lançadas sob o caixão. Minha família e eu lamentávamos a morte, o dia, e o lugar festejavam a vida. Era um cenário irônico. Fomos dar adeus a um ser que não pôde se despedir.
Após o enterro fomos contemplar o lugar, a vida segue para quem fica. Notei neste momento o quanto a vida é frágil. Refleti sobre o modo despretensioso no qual estava vivendo, sem esperar pela morte. Quando me deparei com ela notei que para ser feliz preciso viver a realidade, e sim nela existe a humanidade. Devo aceitar o que existe de ruim no mundo também, não se pode idealizar tudo.
Posso fazer da parte ruim algo útil, que possa ajudar as pessoas e a mim mesma. A vida é bela, para quem a vive e desde aquele dia tento vive-la com mais intensidade, pois a vida é breve, mais que feliz e bela, é breve.


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