Aluno 97
Reescrita
Desde criança eu queria ser professora. Já pensei como seria a minha
vida se eu fizesse física. Provavelmente eu seria o tipo de professora que fala
e gesticula até com os dedos do pé. Cheguei a cursar dois semestres de
Automação Industrial, não era muito a “minha praia” por causa das cadeiras de
programação. Eu gosto da física, embora ela não me ame, acho a teoria toda
muito linda, mas não me dou tão bem com os números. Já pensei em ser professora
de educação física e nunca ter uma aula monótona. Ser a professora legalzona
que leva o pessoal para correr no Marinha. Pensei até em ser profesora de
história, esse foi meu maior sonho. Eu
quis história por causa de um professor fantástico que tive, o sor Henrique,
ele era incrível, como profissional e como pessoa. Ele costumava fazer
seminários, teatros e diversas atividades interativas. Um professor ao qual eu
admirei -eu e uma escola inteira-, ainda mais pelos altos papos sobre o Grêmio
na Libertadores de 2007. Eu queria ser como ele. Ser a professora de história
que ele era. Desisti.
Infelizmente, o professor Henrique faleceu em 2011, e deixou uma
multidão de ex-alunos e colegas de profissão saudosos. Foi um bom amigo, uma
boa companhia para um mate debaixo do sol das nove da manhã, e a única
verdadeira lástima é saber que nenhuma próxima geração vai ter a honra de ter
aula com ele.
Eu escolhi ser professora por que eu queria fazer parte da mudança, eu
quero ensinar a valorizarem o professor, quero mudar o mundo para alguém, assim
como o sor Henrique mudou o meu e me motivou a entrar para a Licenciatura, e
depois de ter uma experiência em sala de aula, dando aulas de inglês, eu pude
ter a certeza de que é o que eu quero.
Eu desisti da história quando eu
percebi que eu não precisava fazer história para ser como o professor Henrique.
Eu posso fazer o que eu quiser! O que eu decidir que amo, e ainda assim, trazer
os fundamentos dele para comigo. Talvez, eu tenha escolhido Letras por ja ter
tido uma experiência em sala de aula e ter feito a diferença do jeito que eu
sempre quis fazer. A questão é que, pouquíssimas pessoas encontram sua
realização pessoal, como profissionais, seu curso na vida. Escolher uma
carreira pelo amor e não pela remuneração é corajoso. Independênte de como
tenha procedido essa minha escolha, estou feliz com ela.
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