Reescrita
Por Aluno 34
Eis aqui eu mesma: a
menina que nasceu, cresceu e quer viver eternamente num mundo fantástico de
literatura. É esse o meu segredo para conseguir compreender a realidade e a
chave para esta apresentação pessoal, pois não saberia contar nada sem citar a
influência literária que me constitui já por uma vida inteira.
Nesta universidade, de tantos jovens sonhadores, professores dedicados,
creio que seja difícil todos terem conhecimento de minhas características e afins.
O texto, por sua vez, é uma das mais enriquecidas artes de transmitir informações,
e estas poderem ser repassadas aos leitores. Através deste meio, relatarei um
pouco de mim, o que também me ajuda a explicar o porquê de estar aqui.
Nasci e passei toda a minha vida em Novo Hamburgo. No
colégio, não foi diferente: dos quatro até os dezessete anos, permaneci em uma
única instituição, cursando lá todos os níveis escolares. Minha mãe foi, por
muitos anos, professora de Português e Literatura na mesma escola, e depois se
voltou à orientação educacional e pedagógica, ainda neste lugar, porém não
lecionando mais. Ela foi a minha principal inspiração e fez com que eu também
tivesse afinidade com o conhecimento linguístico, textual e literário, ou
melhor: cursando Letras, que nem ela. E isso pode me definir mais do que
qualquer fato.
Meu interesse no mundo das palavras é
de nascença, e eu posso dizer que sempre morei em meio a um universo de
histórias. Como assim? Simples: vivendo junto à minha mãe, os livros são o nosso tesouro que nos acompanha até hoje. Logo,
casa de professora de Literatura sempre é assim: um armário exclusivo para
guardar os clássicos, outro para os livros didáticos. Quando ficam lotados,
começam a aparecer livros na sala, na cozinha, no meu guarda-roupa... O
importante é ter sempre todos, ali consigo. Doamos roupas, móveis e sapatos,
mas os livros? Nunca!
E eu me criei em meio a livros por
todos os cantos da casa. Difícil não surgir uma curiosidade, paixão instantânea
por tudo aquilo que me rodeava.
Ao encontrar-me fissurada nesse
espaço magnífico, recheado de palavras e escritores consagrados, desenvolvi o
gosto pela escrita e, desde muito cedo, querendo ter muita história para contar
- as minhas, que escrevo e consigo manter o hábito até hoje. No colégio, as
aulas de Literatura e Língua Portuguesa foram essenciais para consolidar os meus
conhecimentos e, certamente, aprender mais. Apaixonei-me pelas línguas
estrangeiras, sobretudo o Alemão e o Espanhol. Todavia, podem ter certeza de
que o meu idioma favorito é o Português - os seus mistérios e enigmas
indecifráveis é que o tornam maravilhoso.
Com todo
esse prazer literário que me constituiu e ajudou-me a criar um caráter, creio
que estava já traçado em meu próprio destino o ingresso numa faculdade de
Letras. Por que não uma médica, ou engenheira? A resposta é simples: não tem
Literatura. Não dá para escrever textos, nem analisá-los, porque é nítido o
fato de que eu gosto de ler e escrever para desabafar minhas angústias ou
euforias.
Os livros provaram que amar e admirar a minha
mãe reflete na pessoa que sou hoje, pois ela é a base do meu tudo, da minha
constituição como pessoa. Ao mesmo tempo, sinto uma paixão muito grande pelo
meu pai, padrasto, irmã, avôs e demais parentes, os quais me apoiam a cada
passo e méritos que obtenho. A família é que me dá o ânimo que preciso para
viver, realizar as minhas tarefas, errar e aprender com um sorriso incansável,
sincero e motivador. Inclusive, busco ser feliz gostando de estudar e ler o que
amo; porém, fiz muitos cálculos de matemática para realizar os meus sonhos, já
que sei que a vida nunca será fácil a ninguém. Para isso, já que a própria
Literatura me ensina diariamente a conviver com a realidade, esta mostra que preciso
ser batalhadora, muitas vezes até teimosa - querendo amadurecer sem perder o
espírito de criança que resplandece aqui dentro. Críticas e julgamentos de
minha pessoa aparecem naturalmente nas margens das páginas da minha vida, mas
sei que isso só há de me fortalecer: são aprendizados que ganho diariamente
para ser alguém melhor comigo mesma e com os outros, podendo assim escrever os
capítulos da minha existência.
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