terça-feira, 22 de abril de 2014

História do Cerco de Nathalia Cadó

Reescrita
Por Aluno 34


     Eis aqui eu mesma: a menina que nasceu, cresceu e quer viver eternamente num mundo fantástico de literatura. É esse o meu segredo para conseguir compreender a realidade e a chave para esta apresentação pessoal, pois não saberia contar nada sem citar a influência literária que me constitui já por uma vida inteira.
       Nesta universidade, de tantos jovens sonhadores, professores dedicados, creio que seja difícil todos terem conhecimento de minhas características e afins. O texto, por sua vez, é uma das mais enriquecidas artes de transmitir informações, e estas poderem ser repassadas aos leitores. Através deste meio, relatarei um pouco de mim, o que também me ajuda a explicar o porquê de estar aqui.
Nasci e passei toda a minha vida em Novo Hamburgo. No colégio, não foi diferente: dos quatro até os dezessete anos, permaneci em uma única instituição, cursando lá todos os níveis escolares. Minha mãe foi, por muitos anos, professora de Português e Literatura na mesma escola, e depois se voltou à orientação educacional e pedagógica, ainda neste lugar, porém não lecionando mais. Ela foi a minha principal inspiração e fez com que eu também tivesse afinidade com o conhecimento linguístico, textual e literário, ou melhor: cursando Letras, que nem ela. E isso pode me definir mais do que qualquer fato.
     Meu interesse no mundo das palavras é de nascença, e eu posso dizer que sempre morei em meio a um universo de histórias. Como assim? Simples: vivendo junto à minha mãe, os livros são o nosso tesouro que nos acompanha até hoje. Logo, casa de professora de Literatura sempre é assim: um armário exclusivo para guardar os clássicos, outro para os livros didáticos. Quando ficam lotados, começam a aparecer livros na sala, na cozinha, no meu guarda-roupa... O importante é ter sempre todos, ali consigo. Doamos roupas, móveis e sapatos, mas os livros? Nunca!
     E eu me criei em meio a livros por todos os cantos da casa. Difícil não surgir uma curiosidade, paixão instantânea por tudo aquilo que me rodeava.
     Ao encontrar-me fissurada nesse espaço magnífico, recheado de palavras e escritores consagrados, desenvolvi o gosto pela escrita e, desde muito cedo, querendo ter muita história para contar - as minhas, que escrevo e consigo manter o hábito até hoje. No colégio, as aulas de Literatura e Língua Portuguesa foram essenciais para consolidar os meus conhecimentos e, certamente, aprender mais. Apaixonei-me pelas línguas estrangeiras, sobretudo o Alemão e o Espanhol. Todavia, podem ter certeza de que o meu idioma favorito é o Português - os seus mistérios e enigmas indecifráveis é que o tornam maravilhoso. 
            Com todo esse prazer literário que me constituiu e ajudou-me a criar um caráter, creio que estava já traçado em meu próprio destino o ingresso numa faculdade de Letras. Por que não uma médica, ou engenheira? A resposta é simples: não tem Literatura. Não dá para escrever textos, nem analisá-los, porque é nítido o fato de que eu gosto de ler e escrever para desabafar minhas angústias ou euforias.    


Os livros provaram que amar e admirar a minha mãe reflete na pessoa que sou hoje, pois ela é a base do meu tudo, da minha constituição como pessoa. Ao mesmo tempo, sinto uma paixão muito grande pelo meu pai, padrasto, irmã, avôs e demais parentes, os quais me apoiam a cada passo e méritos que obtenho. A família é que me dá o ânimo que preciso para viver, realizar as minhas tarefas, errar e aprender com um sorriso incansável, sincero e motivador. Inclusive, busco ser feliz gostando de estudar e ler o que amo; porém, fiz muitos cálculos de matemática para realizar os meus sonhos, já que sei que a vida nunca será fácil a ninguém. Para isso, já que a própria Literatura me ensina diariamente a conviver com a realidade, esta mostra que preciso ser batalhadora, muitas vezes até teimosa - querendo amadurecer sem perder o espírito de criança que resplandece aqui dentro. Críticas e julgamentos de minha pessoa aparecem naturalmente nas margens das páginas da minha vida, mas sei que isso só há de me fortalecer: são aprendizados que ganho diariamente para ser alguém melhor comigo mesma e com os outros, podendo assim escrever os capítulos da minha existência.

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