quinta-feira, 24 de abril de 2014

Vida acadêmica

Reescrita
Por Aluno 10


Nasci em 1986 e meus pais se separaram quando eu ainda era criança. Como meu pai tinha mais condições financeiras na época, acabei ficando com ele e visitava minha mãe especialmente aos finais de semana. Acontece que os dois tinham estilos de vida completamente diferentes. Meu pai, por um lado, era economista e gostava de organizar tudo em sua casa de forma lógica e metódica – característica esperada para quem trabalha na área das exatas lidando diariamente com números. Já minha mãe escrevia poesias e gostava de literatura justamente porque não havia limites para a imaginação. Sua casa era reflexo desse pensamento: livros pelo chão, sem horários definidos para comer ou dormir.
Eu cresci entre esses dois ambientes e gostava muito tanto de um quanto de outro. Quando estava com meu pai, conversava sobre números, lógica e matemática. Quando ia para a casa da minha mãe, me divertia ouvindo histórias literárias que ela lia para mim. Assim, quando me formei no colégio não sabia o que fazer: estava entre a Matemática e a Literatura, as duas ciências que eu aprendi a amar.
A convivência maior com meu pai, fez com que eu optasse pelos números e então iniciei o curso de Matemática em 2004 na UFRGS. Contudo, após cursar dois anos, percebi que não queria ser professora e que não teria futuro se trabalhasse como pesquisadora no Brasil. Isso fez com que eu ficasse novamente em dúvida sobre minha formação, de maneira que comecei a cursar disciplinas de outros cursos para conhecê-los. Assim descobri a Biblioteconomia, que é uma área bastante ampla e inclui um pouco de humanas e um pouco de exatas. No que se refere às exatas, todo o sistema de classificação e catalogação utilizado para a administração de bibliotecas é fundamentado em classes decimais, de modo que qualquer assunto é representado por um sistema numérico. Já no que se refere à área das humanas, o bibliotecário é responsável por promover a leitura no país, conhecendo diversas literaturas e se envolvendo em projetos sociais.
Como minha história de vida sempre foi dividida entre essas duas áreas de alguma forma, me interessei muito pelo curso. Então, fiz novamente vestibular e acabei me formando como Bacharel em Biblioteconomia após cinco anos. Todavia, sempre gostei muito de aprender assuntos novos então, mesmo já atuando como bibliotecária, comecei a pensar quais seriam meus próximos passos em termos acadêmicos.
 Nessa ocasião foi que me lembrei do quanto era prazeroso descobrir novos autores, estilos de escrita e histórias quando visitava minha mãe. E cheguei à conclusão de que eu não precisava mais escolher um curso para ter como profissão em primeiro lugar, pois isso eu já tinha feito. Agora eu poderia fazer Letras especialmente por gostar da área. Assim entrei na UFRGS em 2014 com o objetivo de fazer a faculdade sem pressa, aproveitando o máximo de cada disciplina e me dedicando a este campo de estudo. Pelo pouco que já tenho visto nas aulas, tenho certeza de que fiz a escolha certa para minha vida. Estudar Letras tem sido extremamente prazeroso e hoje nem conseguiria me imaginar em qualquer outro curso.



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